Ranking de competitividade tem 6 cidades de Minas Gerais no top 50

Seis cidades de Minas Gerais aparecem entre as 50 primeiras no Ranking de Competitividade dos Municípios 2023 (RCM/2023). Belo Horizonte (12º), Uberlândia (28º), Lavras (29º), Pouso Alegre (33º), Itajubá (43º) e Nova Lima (48º) foram destaques no levantamento, assim como Ipatinga (53º), Varginha (59º), Poços de Caldas (79º), Uberaba (87º), Barbacena (93º) e Itabira (99º), que figuraram entre as top 100 do País.
Recentemente, Nova Lima também venceu o 12º Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora na categoria Simplificação e Fomento ao Empreendedorismo.
O RCM é um sistema de avaliação da administração pública realizado desde 2020 pela organização não governamental (ONG) Centro de Liderança Pública (CLP). A ONG analisa dados públicos disponíveis de 410 municípios brasileiros, os que têm população superior a 80 mil habitantes, sendo 46 no Estado, e traça uma avaliação em três dimensões: instituições, sociedade e economia.
As três dimensões do estudo são compostas por 13 pilares, que, por sua vez, reúnem 65 indicadores em que os municípios são avaliados. Na dimensão “instituições”, os pilares são a sustentabilidade fiscal e o funcionamento da máquina pública.
Na segunda dimensão, “sociedade”, são sete pilares: acesso à saúde; qualidade da saúde; acesso à educação; qualidade da educação; segurança; saneamento; e meio ambiente. E em economia, a terceira dimensão do ranking de competitividade, são quatro pilares: inserção econômica; inovação e dinamismo econômico; capital humano e telecomunicações.
O coordenador de inteligência técnica do CLP, Pedro Trippi, explica que a ideia é mapear os pontos fortes e fracos dos municípios do Brasil. Segundo ele, o “guia” pode auxiliar gestores públicos na deliberação de políticas públicas, ao priorizar as que solucionem problemas e potencializem vantagens de cada cidade. Além da administração pública, o levantamento também pode abastecer a tomada de decisão do setor privado e a fiscalização pela população.
“O ranking é utilizado para alocação de recursos por parte de empresas, que vão buscar cidades mais competitivas, e é um instrumento de controle social em relação à gestão pública local, comparado com outras cidades, algum recorte que você queira fazer, de fiscalização, accountability”, afirma Trippi.
Cidades de Minas destacadas nos pilares do ranking de competitividade
Diversas cidades de Minas Gerais estão entre os cinco principais destaques – positivos e negativos – nos pilares do Ranking de Competitividade de 2023. Varginha, no Sul de Minas, apareceu como segunda colocada no pilar sustentabilidade fiscal, dentro da dimensão instituições. O município teve grande destaque em taxa de investimento, alinhado ao bom desempenho e avanço em despesa com pessoal e endividamento. Por outro lado, a dependência fiscal é um fator que contrabalanceia negativamente o resultado. A cidade também ganhou, recentemente, o Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora na categoria Empreendedorismo na Escola.
Já Santa Luzia (RMBH) aparece entre os três últimos em sustentabilidade fiscal, empatada com outras duas cidades, ao obter nota zero em endividamento, taxa de investimento, despesa com pessoal e em dependência fiscal. Juiz de Fora, na Zona da Mata, ficou em terceiro lugar no pilar funcionamento da máquina pública ao avançar no indicador de custo da função administrativa e tem como principal ponto de atenção o custo da função legislativa.
Na dimensão sociedade, Uberlândia, também no Triângulo, ficou em quarto lugar no pilar acesso à saúde, com melhor desempenho nos indicadores atendimento pré-natal e cobertura da atenção primária. Por outro lado, tem em cobertura de saúde suplementar e cobertura vacinal as principais oportunidades de melhoria. Coronel Fabriciano, região Rio Doce, figurou como terceira colocada no pilar qualidade da saúde, com destaque pelo desempenho em mortalidade materna, e por expressiva melhora em mortalidade na infância. O município piorou, porém, em desnutrição na infância e em obesidade na infância.
Esmeraldas (RMBH) apareceu em segundo lugar entre os piores no pilar acesso à educação e o ranking recomenda profunda ação dos agentes municipais para melhorar os resultados em todos os indicadores. No caminho oposto, Conselheiro Lafaiete, na região de Central, ficou como a quinta melhor colocada no pilar qualidade da educação, com destaque na nota do IDEB do ensino fundamental relativa aos anos finais e apresentou como principal oportunidade para continuar avançando a nota no Enem. A cidade venceu o Prêmio Prefeitura Empreendedora na categoria Governança Territorial.
Vespasiano teve o quarto pior resultado no pilar meio ambiente, ao ter desempenho insatisfatório nos indicadores de desmatamento (desmatamento ilegal e velocidade do desmatamento ilegal) e no indicador de emissões de gases de efeito estufa.
Já Belo Horizonte figurou apenas no ranking geral, como a 12ª cidade com maior competitividade do País.
Economia de Minas no ranking
Na dimensão economia, São João del-Rei (Campo das Vertentes) apareceu em quinto lugar no pilar capital humano. A cidade melhorou expressivamente no indicador taxa bruta de matrícula no ensino técnico e profissionalizante e permaneceu como referência em taxa bruta de matrícula no ensino superior. O ranking aponta o item qualificação dos trabalhadores em emprego formal como oportunidade de consolidar melhor o desempenho.
Já entre as três últimas deste pilar, estão duas cidades de Minas Gerais: Esmeraldas e Nova Serrana, ao apresentarem desempenho insatisfatório em todos os indicadores que compõem o capital humano.
Ouça a rádio de Minas