Codese já tem a adesão de quase 50 entidades

O Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese) de Belo Horizonte está ganhando corpo. Quase 50 entidades de classe da capital mineira já aderiram ao movimento, que se encontra na fase de sensibilização. Até o fim deste ano, a expectativa é de que este número chegue a 100. Já as primeiras ações e projetos estão previstos para o primeiro trimestre do ano que vem.
Este é um importante passo na estruturação do Conselho, que visa reunir agentes da sociedade civil com o objetivo de pensar o futuro da capital mineira e colaborar para os planos de desenvolvimento econômico, social e urbano.
Segundo o diretor-executivo do Codese-BH, Elves Gaia, o objetivo da sensibilização é atrair as entidades que possuam atuação de relevância na capital mineira e desejam construir de forma colaborativa um futuro melhor para a cidade.
“Várias entidades já trabalham isoladamente, muitas delas em parceria, inclusive, com a própria prefeitura, desenvolvendo ações sociais. O que a gente busca no Codese é ordenar este trabalho para que haja uma conectividade e mais efetividade nas entregas”, explica.
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Assim, a fase de sensibilização vai até o fim deste mês. Em seguida, terão início as próximas etapas, que incluem o diagnóstico da cidade, entendendo gargalos e potenciais de Belo Horizonte, bem como a criação das câmaras técnicas, onde os temas serão, de fato, discutidos; e a constituição jurídica do Conselho e o lançamento oficial. “Nossa intenção é estar com o Codese formalizado e com a diretoria devidamente composta no primeiro trimestre do ano que vem. A partir daí teremos uma atuação irrestrita perante a sociedade belo-horizontina”, garante.
Até lá, estão ocorrendo reuniões semanais que discutem diversas questões setoriais da cidade. A próxima está prevista para terça-feira (26) e vai tratar, por exemplo, da Importância dos Eventos Culturais, Regionais, Nacionais e Internacionais para o desenvolvimento local e regional.
É consenso que o futuro das cidades converge para uma atuação conjunta dos diferentes setores sociais no desenvolvimento econômico, social e ambiental. Conforme já publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, em Minas Gerais, pelo menos metade dos 853 municípios já possui alguma iniciativa em vista de discutir as contribuições de cidadãos, entidades, empresas e poder público na construção de um futuro melhor e sustentável.
Na avaliação de Gaia, por tratar da Capital, força motriz do Estado, o Conselho de Belo Horizonte promete colaborar para a retomada do protagonismo da cidade entre os municípios mineiros, com projetos e planos que poderão se tornar modelos para outras regiões. Neste sentido, ele cita que a discussão do futuro passa por projetos de inovação e tecnologia, tendências que permeiam cada setor, seja da indústria, do comércio ou de serviços, e que isso vai refletir não apenas na Região Metropolitana, mas por toda Minas Gerais. E quiçá até para o Brasil.
“Historicamente, Minas Gerais possui um protagonismo a nível nacional. O Codese vem para reforçar esse papel, por meio de sua Capital. As entidades que estão se reunindo neste propósito, além da atuação local, também têm abrangência regional e até nacional, como Sebrae, Fiemg, Fecomércio e vários conselhos de classe. E suas ações serão referência para a gestão pública de uma forma geral, inclusive do Estado”, defende.
Modelo de Maringá
Neste quesito, Maringá, no interior do Paraná, é um importante modelo do que se pretende para a capital de Minas Gerais. Com um modelo híbrido, consultivo e construtivo de mobilização da sociedade civil e organizada, iniciado em 1996, a cidade já foi eleita nos últimos três anos a melhor cidade para se viver no Brasil.
Não à toa, o ex-prefeito de Maringá e um dos responsáveis pela implantação do Codese na cidade, Silvio Barros, tornou-se consultor do grupo que está implementando o Conselho em Belo Horizonte. Barros defende que o Codese é um instrumento de governança colaborativa, sem vínculo político, que busca reunir diversos atores da sociedade com vistas a convergir esforços para solucionar problemas de interesse coletivo.
Para ele, o desenvolvimento e o crescimento da cidade devem ser projetados levando-se em consideração a vontade dos munícipes, não devendo tais temas ficarem à mercê de gestões administrativas. Ele considera inapropriado que, a cada gestão, os rumos da cidade sejam alterados “de acordo com ideologias políticas ou pessoais”.
Além disso, ele defende que as cidades sejam planejadas em longo prazo, por meio de um projeto de futuro comum, construído de forma compartilhada, apoiado em uma governança de rede, participativa e formada por lideranças locais de diferentes segmentos e setores. E que políticas de longo prazo não podem ser mudadas a cada nova gestão.
“O Conselho vai analisar como a cidade está hoje, ver o que não satisfaz e o que pode melhorar. Propor projetos e ações com investimentos e esforços do Executivo, Legislativo, empresariado e sociedade em prol do desenvolvimento da cidade”, explica.
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