Movimento pretende mudar código Iata de aeroporto internacional

Um assunto tratado há mais de dez anos voltou à pauta de alguns setores em Belo Horizonte, sobre a mudança do código Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos) do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, hoje CNF (Confins). O pleito foi retomada para que seja adotado um código que tenha mais ligação com Belo Horizonte, devido à sua representatividade. A Iata é responsável por atribuir códigos específicos a aeroportos, companhias aéreas e agências de viagens.
Segundo o vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Belo Horizonte (ACMinas), Luiz Antônio Athayde, os grandes aeroportos têm uma ligação direta entre o codificador operacional do aeroporto com a sua principal cidade ou seu principal polo econômico. “Essa situação vem de um descuido que ocorreu entre as décadas de 1970 e 1980, quando Confins ainda era um distrito de Lagoa Santa. E isso é uma aberração pois se trata do aeroporto da terceira maior região metropolitana do País que ficou com codificador ligado a uma cidade com pouco mais de 6 mil habitantes”, considerou.
A Infraero cunhou o código CNF sem antever o que que viria a acontecer no futuro quando o código Iata do aeroporto, como o de Belo Horizonte, deveria ter sido corrigido há mais de 20 anos, apontou Athayde. “Isso tem um efeito devastador nas pessoas por não associar cognitivamente, principalmente, todo o pessoal que atua no setor de logística do Brasil e do mundo, que o Aeroporto Internacional não é de Belo Horizonte”, salientou.
Conhecido como aeroporto de Confins, mas o nome oficial é Aeroporto Tancredo Neves. “Duvido que alguém chame assim. À época, ia ser cunhada uma sigla para que depois pudesse depois transpor para BH Airport. Mas este movimento precisava de um trabalho exaustivo de mobilização do trade turístico e do governo para que isso chegasse ao final. Mas não foi feito. Agora, inclusive, ressurge esse momento para todos, o governo estadual o governo municipal de Belo Horizonte, da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e das entidades de classe, solicitarem às companhias aéreas que comecem a falar que está pousando ou decolando do BH Airport”, pontuou.
De Aeroporto de Confins para BH Airport
De acordo com Athayde, só o tempo irá corrigir isso, “mas temos que sair de um marco zero. Esse movimento com o trade turístico e a própria BH Airport, que pode fazer um esforço para tentar fixar que aqui se decola e pousa no BH Airport”, salientou.
O aeroporto que precisa se transformar no portão aéreo de Minas Gerais, não pode continuar conhecido como Aeroporto Internacional de Confins, considerou. “As três letrinhas têm que estar associadas a sua principal metrópole, de maior significância econômica. Esse trabalho que começa é também para ver qual que será o codificador operacional que a IATA pudesse atribuir para e fazermos o movimento para trocar, que é outro esforço”, explicou.
Uma mudança como esta pode ajudar Minas Gerais entrar na nova economia. “Não há dúvida que temos que reforçar nossa base industrial existente, a mineração, siderurgia, agroindústria, mas, para que possamos dar um salto diferenciado para Minas Gerais, temos que começar pela RMBH, pois é onde tem o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, aproveitando a infraestrutura em torno desse aeroporto, uma vez que não temos um porto marítimo no Estado”, considerou.
Foram feitos todos os estudos que mostraram a dimensão e o potencial para ele se transformar em um aeroporto internacional, sem esquecer que foi sob uma resistência enorme quando foi feita a migração do Aeroporto da Pampulha para o local, relembrou Athayde. “Este era na realidade o principal equipamento de infraestrutura da RMBH, juntamente com o contorno Metropolitano, para que nós pudéssemos ter um salto diferenciado e tivéssemos vantagem competitiva frente a São Paulo e Rio de Janeiro, e ainda atrair investimentos para a nova economia”, reforçou.
A intenção é que setores como o serviço Industrial, ligado à logística avançada, seria uma área beneficiada também. “Seria a única região metropolitana que poderia ter um porto aéreo, na região Sudeste do Brasil, onde você tem um mercado de US$ 1,4 trilhão, cujo contorno metropolitano (Rodoanel Metropolitano) não foi ocupado irracionalmente. O nosso foi estudado, licitado e nós estamos em 2024 e ainda há dúvida se tem que fazer o contorno metropolitano”, criticou.
Para Athayde, o Estado tem que, de fato, assumir esses investimentos que são estruturantes da região metropolitana para competir na região Sudeste. “Aqui estão as empresas que não são apenas de logística avançada. Como podemos competir no e-commerce, por exemplo, uma vez que temos a área, o aeroporto, mas tem gente que é contra o contorno metropolitano“, observou ele.
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