Economia

Com foco no Fed, dólar fecha em alta; Ibovespa recua após tombo da Embraer

São Paulo – O dólar encerrou em alta ontem, no maior patamar em mais de dois anos e a caminho da casa de R$ 3,95, com o foco na cena externa devido à divulgação da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, pela qual foi reforçada a percepção de mais elevações nos juros neste ano. Com o avanço, os investidores também acreditavam que o Banco Central (BC) brasileiro deve voltar a atuar com mais força no mercado de câmbio. O dólar avançou 0,55%, a R$ 3,9344 na venda, maior nível de fechamento desde 1º de março de 2016 (R$ 3,9411), e depois de ir a R$ 3,9416 na máxima do pregão. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50%. Ata do Fed – “O Fed colocou que os riscos se intensificaram para a economia dos Estados Unidos (EUA), mas, em princípio, continuará subindo os juros”, afirmou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior. Os banqueiros centrais dos Estados Unidos discutiram se há uma recessão próxima e expressaram preocupações de que as tensões no comércio global poderiam atingir a economia norte-americana, que, pela maioria dos indicadores, parecia forte, mostrou a ata da reunião realizada em 12 e 13 de junho, divulgada ontem. No encontro passado, o Fed elevou as taxas de juros pela segunda vez este ano. De modo geral, a expectativa é de que os juros sejam elevados mais duas vezes em 2018. Taxas mais elevadas tendem a atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira. “(O mercado) tende a ser defensivo”, afirmou Faria Jr., lembrando que serão divulgados mais dados sobre mercado de trabalho dos Estados Unidos, conhecidos como “payroll”, o que também será importante para que os investidores calibrem as apostas sobre juros. Ainda no exterior, os mercados também estavam atentos à guerra comercial e ao prazo desta sexta-feira (6), quando os Estados Unidos devem adotar taxas sobre produtos chineses, o que deve gerar retaliações da China como resposta. O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de US$ 14,023 bilhões. Com isso, rolou o equivalente a US$ 2,8 bilhões do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para o pregão de ontem, mas já havia especulações de que pode voltar a atuar, a qualquer momento, devido à alta cotação da moeda norte-americana. Ibovespa – O Ibovespa fechou em queda ontem, encerrando uma sequência de cinco pregões de ganhos, com o tombo de mais de 14% das ações da Embraer entre as maiores pressões negativas, após a fabricante de aviões anunciar acordo para uma joint venture de aviação comercial com a Boeing. O principal índice de ações da B3 caiu 0,25%, a 74.553 pontos. O volume financeiro somou R$ 8,7 bilhões. Profissionais da área de renda variável atribuíram o recuo a alguma realização de lucros, após o Ibovespa acumular alta de 5,85% nos pregões anteriores, enquanto o noticiário político-eleitoral e a agenda macroeconômica não trouxeram novidades relevantes.

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