Com preço alto, consumidores estão cautelosos no Dia das Mães

Ao perceber o aumento dos preços, os consumidores mineiros estão mais cautelosos na hora da compra do presente para o Dia das Mães. É o que aponta pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG). Cerca de 76,6% dos respondentes do levantamento disseram que os preços estão mais altos do que o de costume. Ao mesmo tempo, 66% pretendem planejar mais do que o ano passado para fazer as compras.
A organização para a data – uma das mais importantes para o comércio varejista – leva em conta um planejamento maior dos gastos e dos tipos de presente que o consumidor pretende adquirir. E essa maior cautela exige mais dedicação dos lojistas.
O economista da FCDL-MG, Vinicius Carlos, aponta que este ano o cenário do Dia das Mães para os consumidores mudou, principalmente em decorrência da queda da taxa básica de juros (Selic). “Ano passado tínhamos uma taxa de juros mais alta e hoje temos tendência de queda. Essa tendência já dá um ânimo na economia, porque tudo fica mais barato, o crédito fica mais barato e acessível”, disse.
Ele explica que a tendência de queda da Selic, a estabilidade da inflação e a taxa de emprego crescente, são fatores que estimulam um consumo maior este ano, além do apelo emocional da data, que naturalmente já aumenta as possibilidades de vendas e conquista de clientes.
A pesquisa aponta também um aumento na disposição dos consumidores em gastar mais para o Dia das Mães. Se no ano passado os mineiros pretendiam gastar em torno de R$ 200 no presente, este ano a pretensão é bem maior: R$ 270,77.
Só que o economista da FCDL-MG alerta que essa disposição maior também é consequência do aumento sentido nos preços. “O tíquete médio aumentou em relação ao ano passado, mas não foi só porque vai ser um presente melhor, mas para absorver esse aumento dos preços que foram sentidos em várias partes da cadeia do comércio”, pontua Vinícius Carlos.
Por conta disso, ele aponta que a percepção de preços mais altos e o maior planejamento dos consumidores no Dia das Mães impactam diretamente na organização das vendas dos lojistas em todo o Estado. “O lojista tem que fazer promoções, trazer o consumidor para a temática da data, trabalhar a sazonalidade, que fará a diferença nas vendas. Principalmente se ele souber trabalhar muito bem os preços, que é a variável que está chamando atenção”, afirma.
Compras de última hora dos consumidores no Dia das Mães
Ainda segundo o levantamento da FCDL-MG, os artigos de vestuário têm a preferência de 34% dos consumidores mineiros para presentes de Dia das Mães. Em seguida, aparecem os itens de cosméticos e perfumaria (15,5%) e os calçados (11,3%). Artigos eletrônicos (8,2%) e eletrodomésticos (7,2%) fecham o grupo dos cinco principais produtos procurados pela clientela.
O economista da entidade de lojistas esclarece que os produtos mais procurados têm um forte peso na data, já que oferecem uma diversidade grande de opções e de preços. Além disso, os comerciantes têm de se atentar também para um comportamento típico do consumidor brasileiro: as compras de última hora.
A pesquisa aponta que 53,1% dos consumidores ainda não sabem o que vai comprar de presente para o Dia das Mães. “Tem muito espaço para trabalhar o preço, porque as compras de última hora também funcionarão no Dia das Mães. Quanto mais soube trabalhar o preço e o atendimento, o lojista vai vender muito”, finaliza.
Ouça a rádio de Minas