Economia

Páscoa em BH: expectativa de alta na venda de chocolates anima comerciantes

Comerciantes da capital mineira esperam superar as vendas registradas em 2023
Páscoa em BH: expectativa de alta na venda de chocolates anima comerciantes
Crédito: Grupo Supernosso / Divulgação

O comércio de Belo Horizonte está mais otimista para a Páscoa deste ano. A expectativa, em alguns casos, é dobrar o número de vendas frente ao mesmo período de 2023. A microempreendedora individual Flávia Regina Salomão, por exemplo, dona da confeitaria Doces Palhas, espera um incremento de 50% a 100% nas vendas.

Ela afirma estar com grandes expectativas para a Páscoa. Segundo Flávia, essa é a época do ano em que a empresa atinge seu faturamento mais elevado. Na Páscoa do ano passado, ela faturou R$ 7 mil com seus produtos. “O ovo artesanal é muito bem visto, tem o seu espaço, e tenho trabalhado para conquistar minha clientela”, completa.

Já o sócio-proprietário da Lalka, Roberto Grochawski, revela que a fábrica de chocolates e balas artesanais tem o costume de trabalhar com um acréscimo de 10% na produção frente ao que foi vendido no período anterior.

Ele destaca que sempre há uma expectativa de melhora nas vendas, e este ano não será diferente, apesar das dificuldades. Além disso, a companhia já aumentou em aproximadamente 20% o número de funcionários na fábrica, com contratações temporárias que poderão ser efetivadas a depender do desempenho apresentado.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Crise na África pode impactar no preço do chocolate

Grochawski ressalta que a crise no continente africano pode gerar um forte impacto no valor do cacau e gerar um clima de incerteza no mercado. “Este ano, o preço do chocolate subiu um pouco devido à crise na África. Isso nos deixa com um pouco de receio. Além disso, há a situação de incerteza no País. Mesmo assim, nós vamos produzir o mesmo tanto do ano passado, com 10% de acréscimo”, relata.

O sócio-proprietário da Lalka também avalia que o desempenho da empresa neste início de ano tem ficado dentro ou até acima das expectativas, apesar da elevação dos preços de algumas matérias primas, como é o caso da manteiga de cacau, que aumentou 220%. “Nós sempre temos que trabalhar com a expectativa de boas vendas”, pontua.

Ele ainda relata que não está sendo possível repassar esse aumento nos custos para os clientes, uma vez que isso pode causar uma redução na demanda. “Não conseguimos repassar esse aumento. Temos que trabalhar com uma margem reduzida para não perder clientes”, completa.

Supernosso projeta crescimento de 20% nas vendas

A rede varejista Supernosso também está otimista para o período, com projeção de crescimento de até 20% nas vendas de ovos de chocolate na comparação com o apresentado na Páscoa anterior.

De acordo com a gerente de marketing do Grupo Supernosso, Tatiana Geraldo, essa expectativa da companhia está baseada no avanço do interesse pela tradição do ato de presentear. “O ovo de Páscoa, para além de sua doçura, desponta como um símbolo genuíno, conectando não apenas as gerações, mas também desencadeando brincadeiras que atravessam o tempo”, declara.

Mercado brasileiro de chocolates

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) espera que as vendas no País mantenham o desempenho apresentado nos últimos anos. Em 2022, o consumo de chocolate por pessoa no Brasil atingiu 3,6 kg/ano, o que representa um avanço de 10% na comparação com 2021 (3,2 kg/ano).

O setor também vem apresentando bons resultados na questão da abertura de negócios, com uma média de 1,7 mil novas empresas de fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates nos últimos cinco anos. É o que revela o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal.

O estudo também apontou a criação de 4,3 mil novas empresas especializadas no comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes no mesmo período.

Para o analista de competitividade do Sebrae, Vicente Scalia, os clientes deste segmento estão em busca de produtos mais saudáveis. “Verificamos como tendência a busca por produtos de alta qualidade, com maior concentração de cacau e menos industrializados. Além disso, ingredientes diferenciados como o caramelo salgado e pistache e experiências multissensoriais estão fazendo a diferença”, afirma.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas