Comércio entre Minas Gerais e Uruguai deverá se manter aquecido

O comércio bilateral entre Minas Gerais e Uruguai tem grande potencial no agronegócio e sinergia com outros três setores que são relevantes para o Estado. Por isso, Minas Gerais sempre está buscando atrair investimentos para os setores automotivo, de mineração e metalurgia. Por outro lado, atualmente, as empresas mineiras que estão tendo interesse em estabelecer negócios no Uruguai são de base da indústria tecnológica e estão ligadas, principalmente, a setores voltados para transição de energia.
De acordo com a analista de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Verônica Winter, no Mercosul, Minas Gerais já tem uma parceria de negócios muito elevada com o Uruguai. “Aqui na área Internacional da Fiemg sempre estimulamos que as empresas participem das missões internacionais. Essa parceria mesmo, de ir até o país, conhecer as possibilidades de negócios, o que acaba se tornando um incentivo para criar um dos principais canais de negociação, seja para prospecção ou pra ampliação”, avaliou.
A grande maioria dos negócios entre o Uruguai e Minas Gerais é, principalmente, do setor automotivo, com caminhões de carga, carros e também algum destaque para a carne suína, enumerou a analista. “Neste primeiro semestre, no comércio entre Minas e Uruguai, exportamos US$ 78,5 milhões, sendo que os caminhões responderam por US$ 31,4 milhões. Com relação às importações, foram US$ 170 milhões, sendo US$ 105 milhões em caminhões de carga e o restante em malte, carne bovina, queijo, requeijão, dentre outros produtos”, enumerou.
Para a analista, a tendência é de crescimento nos negócios entre Minas Gerais e Uruguai, observando os últimos cinco anos no comércio entre o Estado e aquele país. “A relação comercial vem crescendo e tende a manter essa perspectiva. Recentemente fizemos uma missão comercial, sempre voltados a estimular as negociações e corroborar com essa visão de crescimento no comércio entre Minas Gerais e o Uruguai”, considerou.
De acordo com o presidente da Câmara Brasil-Uruguai, Marcelo Juan Pibernat Strada, a relação é muito boa entre os dois países em todos os sentidos. “O Brasil tem algumas particularidades, pois o País tem uma produção muito parecida com a do Uruguai, principalmente no agronegócio. Hoje podemos dizer que negócios são complementares, com muitas empresas brasileiras instaladas no nosso país. Temos algumas discussões polêmicas, como no caso do leite, mas sempre lidamos de uma forma totalmente pacífica e tradicional, onde resolvemos os problemas da melhor forma possível”, avaliou.
Entretanto, Strada admite que houve uma queda no mercado em geral, tanto no Uruguai quanto aqui no Brasil, em função do cenário econômico mundial. “Porém, o Uruguai vem buscando também outras alternativas de negócios com outros países, outros acordos para suprir as necessidades de um pequeno território que procura soluções. Um ponto muito valorizado no Uruguai é a área tecnológica, e hoje vemos a instalação de vários parques de tecnologia se proliferando no país”, disse.
Um ponto importante destacado pelo dirigente é que, “independente de governos, mantemos a segurança jurídica para quem quer investir no país e temos, por exemplo, muito controle sobre lavagem de dinheiro, o que faz do Uruguai um local com tributação mais baixa. Esse cenário costuma atrair investimentos e acaba impulsionando a atração de empresas e, consequentemente, a geração de bons negócios no país”, destacou.
De acordo com ele, o Uruguai tem boas possibilidades para investimentos, pois é um centro financeiro regional, com histórico de respeito que honra compromissos e normas. “Somos destaque na América Latina, por sermos um pequeno país com diversos benefícios fiscais para empresas que venham a instalar atividades industriais, oferecemos a utilização de zonas francas, atividades off-shore com tributação mínima ou isenção de impostos. Ou seja, muitas facilidades financeiras, sem ser um paraíso fiscal. E, ainda temos um Banco Central que controla todas as operações e, com isso, mantém o Uruguai como um país sério para receber investimentos de qualquer parte do mundo, incluindo Minas Gerais”, finalizou Strada.
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