Comércio varejista mineiro tem queda de 0,2% em agosto

O volume de vendas no comércio varejista caiu 0,2% em Minas Gerais em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado negativo é abaixo da média nacional que foi de alta de 0,4% na mesma base de comparação.
No Estado, o resultado foi motivado, principalmente, pelo desempenho do grupo Hipermercados, supermercados e produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem forte peso para o índice e apresentou queda de 2,5%.
Outros três grupos impactaram negativamente o comércio varejista em Minas no mês de agosto:
- Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação que negociou (-55,1%)
- Móveis e eletrodomésticos também com resultado negativo (-13%)
- Tecidos, vestuário e calçados (-2,1%)
Por outro lado, das oito atividades pesquisadas, quatro apresentaram alta no período e contribuíram para o desempenho não ser pior. Foram eles:
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,6%)
- Combustíveis e lubrificantes (7%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (5,1%)
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,1%)
O desempenho negativo do mês não atrapalhou, contudo, o resultado acumulado no Estado que segue em alta de 1,5%. Apenas o grupo Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou retração nessa base de comparação (-42,9%). As outras atividades registraram alta , com destaque para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,7%).
Na comparação com julho, as vendas do comércio varejista mineiro apresentaram a segunda queda consecutiva, com retração de 0,6% em agosto em relação ao mês imediatamente anterior. O índice ficou ainda abaixo da média nacional que é de alta de 0,2%.
Ainda assim, conforme a avaliação do economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), João Gabriel Pio, em relação ao nível vigente no período pré-pandemia, a evolução mensal do volume de vendas no comércio varejista em Minas Gerais indica um bom desempenho.
Quando observado o volume de negócios dos últimos 12 meses em Minas Gerais, sete atividades das oito analisadas apresentaram taxas positivas em relação aos 12 meses do ano passado evidenciando, segundo o analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, uma tendência leve de crescimento do setor, que foi 1,5% no período.
“Minas Gerais tem apresentado, de modo geral, resultados melhores que os do Brasil”, ressalta Dutra. Na mesma base de comparação, nos últimos 12 meses do Brasil, o varejo cresceu 0,7%.
Perspectivas é de crescimento moderado
Para o economista-chefe da Fiemg, apesar da perda de dinamismo, o comércio varejista deve manter um ritmo de expansão moderada até o final do ano. Segundo ele “a atividade segue condicionada por um conjunto de restrições, entre elas o elevado patamar da taxa básica de juros, que encarece o crédito, limita o consumo das famílias e adia decisões de investimento”, diz.
Além disso, ele destaca que a inflação se mantém acima do teto da meta, comprimindo a renda real e restringindo o avanço da demanda doméstica, especialmente em segmentos mais sensíveis ao poder de compra. “O mercado de trabalho, embora resiliente, mostra sinais de acomodação, o que reduz o impulso adicional ao consumo”, completa.
Diante desse contexto, Pio projeta um crescimento de 1,5% para o volume de vendas no varejo restrito no Brasil e de 1,6% em Minas Gerais.
Números do varejo ampliado em Minas
Considerando o comércio varejista ampliado que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, a queda no volume de vendas em agosto é ainda maior, de 3,8% se comparado com o volume de vendas em agosto de 2024.
Nesse caso, todas as atividades apresentaram redução no volume negociado. Destaque para o Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo que caiu 13% no volume. A atividade de Veículos, motocicletas, partes e peças segue registrando recuos, com queda de 8,7% e Material de construção, retração de 4,3%.
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