Economia

Comércio pode perder R$ 28 bilhões com feriados em 2024

Queda no nível de atividade e aumento de custos operacionais impactam o varejo
Comércio pode perder R$ 28 bilhões com feriados em 2024
Foto: Reprodução/Adobe Stock

A menor quantidade de feriados em dias úteis no próximo ano deve amenizar as perdas do comércio, mas, ainda assim, o impacto será significativo segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão é de que o prejuízo do setor devido aos feriados nacionais pode chegar a R$ 27,92 bilhões, valor 4% menor do que em 2023, quando chegou a R$ 28,99 bilhões. 

Neste ano, em média, cada feriado em dias comerciais de 2023 gerou um prejuízo de R$ 3,22 bilhões ao varejo. De acordo com os dados da CNC, cada feriado reduz a rentabilidade anual média do setor comercial como um todo em 1,29%. Sendo assim, os feriados do próximo ano deverão impactar o excedente operacional do comércio em 9%.

Para 2024, a inclusão de um novo feriado nacional no calendário soma dez datas no ano, agora com o Dia da Consciência Negra, já celebrado em algumas regiões do País. Apesar de favorecer alguns setores da economia, como o turismo,  a incidência dos feriados em dias úteis gera prejuízos para o comércio por provocar a queda no nível de atividade e elevação dos custos de operação. 

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressalta que os feriados não são vilões da economia, mas que o setor produtivo é uma balança que precisa estar em equilíbrio. “Nossos segmentos ligados ao turismo se beneficiam desse calendário, o que é muito positivo. Mas segmentos econômicos como o varejo registram perdas com lojas fechadas e menor movimentação de público, por exemplo. A validade desse levantamento é dar luz sobre o cenário e orientar as melhores decisões”, afirma. 

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Supermercados e automotivos lideram perdas 

As atividades do comércio com a relação folha/faturamento mais elevada tendem a sofrer maiores impactos dos feriados. Nesse contexto, os segmentos de hiper e supermercados e o comércio automotivo, responderão por quase a metade (40%) das perdas previstas, uma vez que concentram mais de 44% da folha de pagamentos do comércio brasileiro.

“Por mais que as vendas do varejo possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, o peso relativamente elevado dos gastos com pessoal na atividade comercial é a principal fonte dos prejuízos impostos pelas datas de descanso, comprimindo as margens de operação do varejo diante de um público menor e da paralisação de atividades”, explica o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes. 

Outro fator que tende a impactar os feriados em 2024 é a nova portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada em novembro deste ano, que determina que as atividades comerciais deverão recorrer a negociações coletivas autorizando o trabalho aos domingos e feriados, o que tende a dificultar a abertura dos estabelecimentos em dias considerados não úteis. A CNC participa de uma mesa nacional de negociação para adequar a nova diretriz às especificidades das atividades econômicas de comércio de bens, serviços e turismo.

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