Economia

Concessão da BR-381 recebe duas propostas; leilão será na quinta-feira (29)

O trecho que liga a BH a Governador Valadares estava previsto para ser concedido em novembro do ano passado, mas não houve interessados
Concessão da BR-381 recebe duas propostas; leilão será na quinta-feira (29)
Foto: Alisson J. Silva/Arquivo/Diário do Comércio

A concessão do trecho de 303,4 quilômetros (km) da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, atraiu o interesse de dois grupos. A gestora de recursos Opportunity e a corretora Sita – Aterpa entregaram propostas para participar do leilão da rodovia, marcado para quinta-feira (29), às 14h, na B3, em São Paulo. O prazo para a entrega de envelopes era até meio-dia desta segunda-feira (26).

As informações são do coordenador-geral do Movimento Nova 381, Luciano Araújo. Nascida em 2011, liderada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Vale do Aço, a iniciativa do setor empresarial reúne, atualmente, cerca de 100 mil pessoas com o objetivo de apoiar e monitorar as obras da estrada até que sejam, de fato, concluídas. 

Esta será a quarta tentativa de leiloar a BR-381, batizada de “Rodovia da Morte”, em razão de um alto índice de acidentes fatais. O trecho que liga a Capital ao Vale do Rio Doce estava previsto para ser concedido em novembro do ano passado, mas não houve interessados, assim como ocorreu em 2021 e 2022. Os principais problemas apontados pelo mercado para o desinteresse eram os riscos geológicos e jurídicos que inviabilizavam a exploração comercial do segmento.

A partir do último leilão “deserto”, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o governo federal fizeram alterações no projeto para atender as empresas. Uma delas trata-se da União ter assumido as obras de duplicação de parte da estrada, entre Belo Horizonte e Caeté, na Região Metropolitana (RMBH), e se comprometido a lidar com o reassentamento das famílias.

Expectativa é que o projeto torne o Leste de Minas um vetor de desenvolvimento 

Com a retirada dos gargalos indicados pelo mercado, surgiu novamente a esperança de que a tão sonhada duplicação da BR-381 saia do papel. Para o coordenador-geral do Movimento Nova 381, a expectativa é muito positiva desta vez e se a duplicação do trecho, de fato, for realizada com o projeto, a região Leste vai se tornar um novo vetor de desenvolvimento de Minas Gerais.

“O atual governo já atraiu mais de R$ 400 bilhões de investimentos para o Estado e o que veio para o Leste de Minas? Praticamente nada, porque não tem logística. Como as empresas vão investir na região se elas não conseguem escoar a produção? Então o que queremos a partir da duplicação é que realmente o Leste se torne um vetor de desenvolvimento”, destacou Araújo. 

“Temos excelentes empresas com matéria-prima de qualidade, como a Usiminas, com aço plano, a Aperam, com aço inox, a Cenibra, com celulose, uma região pujante a nível industrial. Com a logística, além de melhorar a competitividade das indústrias regionais, vamos, sem dúvida, atrair novas empresas para que ao invés de ficar apenas exportando matéria-prima, a gente possa agregar valor aos produtos. É fundamental para mudar a realidade de todo o Leste”, completou.

Concessão deve trazer mais segurança e produtividade para transportadoras

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antônio Luís da Silva Júnior, também está confiante para que o novo leilão tenha sucesso. À reportagem, ele realçou que a terceirização da gestão da rodovia e a duplicação do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares é de suma importância para as transportadoras, especialmente no que se refere a segurança e produtividade.

“Hoje temos quase 50% a mais de caminhões na rota para suprir o tempo de viagem. Algo que poderíamos fazer em três, quatro horas, estamos fazendo em oito, dez”, ressaltou o executivo, reiterando que esse aumento do número de veículos é negativo para todos e destacando que, em sua opinião, o edital está bem montado, mas é essencial que os órgãos do governo fiscalizem a concessão para que os compromissos e metas estabelecidas sejam cumpridas pela concessionária. 

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