Confiança do Comércio cai 3,8 pontos em fevereiro, para 85,5 pontos, revela FGV

O Índice de Confiança do Comércio caiu 3,8 pontos na passagem de janeiro para fevereiro, para 85,5 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador desceu ao menor nível desde dezembro de 2023, quando estava em 88,9 pontos. Em médias móveis trimestrais houve queda de 2,2 pontos, para 89,0 pontos.
“A sequência de resultados negativos da confiança do comércio indica sinais de desaceleração do setor no início do ano. A piora disseminada entre as atividades pesquisadas e nos quesitos tanto sobre o momento atual quanto sobre os próximos meses reforçam esse cenário”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Em janeiro, houve queda da confiança em cinco dos seis principais segmentos do setor, influenciada tanto pelas avaliações sobre o momento atual quanto as avaliações de expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 2,3 pontos, para 88,5 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (87,9 pontos).
O quesito que compõe o ISA-COM e teve a maior queda foi o que mede as avaliações sobre a situação atual dos negócios, variando negativamente em 3,8 pontos, para 87,4 pontos. No mesmo sentido, o indicador que avalia o volume de demanda atual recuou 0,8 ponto, para 89,8 pontos, menor nível desde janeiro de 2024 (88,1 pontos).
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 5,1 pontos, para 83,2 pontos, com os quesitos que o compõem apresentando resultados na mesma direção: o indicador que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses recuou 6,6 pontos, para 83,7 pontos, devolvendo quase a totalidade do crescimento dos últimos 3 meses, enquanto o que avalia as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou em 3,4 pontos, para 83,3 pontos, sendo esta a quarta queda consecutiva.
“A percepção dos empresários indica que o volume da demanda tem perdido força e que não enxergam cenário de reversão dessa tendência negativa no curto prazo. O ambiente macroeconômico, de inflação e juros em alta, atinge tanto os segmentos mais sensíveis à renda quanto os mais sensíveis ao crédito”, detalhou Tobler.
A Sondagem do Comércio de fevereiro coletou informações entre os dias 2 e 25 do mês.
Confiança de Serviços cai 0,1 ponto em fevereiro, para 91,7 pontos, afirma FGV
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,1 ponto porcentual na passagem de janeiro para fevereiro, a 91,7 pontos, após uma queda de 2,5 pontos em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (27). Na média móvel trimestral, o índice recuou 1,1 ponto.
A estabilidade do ICS, neste mês, resulta das variações opostas da mesma magnitude do Índice de Situação Atual (ISA-S) e de Índice de Expectativas (IE-S), que variaram 0,4 e -0,4 ponto, para 95,1 e 88,6 pontos, respectivamente.
Entre os componentes do ISA-S, o indicador de volume de demanda atual subiu 1,5 ponto e alcançou 96 pontos, e o indicador de situação atual dos negócios recuou 0,8 ponto, para 94,1 pontos. Já entre os componentes do IE-S, o indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 0,7 ponto, para 90,6 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses cedeu 1,6 ponto, para 86,5 pontos.
“O resultado de fevereiro da sondagem de serviços aponta ligeira melhora na percepção sobre o presente, mas mantém o cenário de cautela com os próximos meses. Apesar da parcial recuperação dos indicadores sobre o mês corrente, fica marcada a piora na avaliação da demanda por serviços prestados às famílias, mais sensíveis ao ritmo da inflação e ao poder de compra da população”, disse Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Nos últimos meses, vem sendo observada uma desaceleração da confiança do setor de serviços, porém esse movimento está sendo mais forte no setor de serviços prestados às famílias. Em fevereiro, o setor de serviços prestados às famílias chegou ao seu patamar mais baixo desde abril de 2023 (90,3 pontos). “Tanto o ISA-S como o IE-S de Famílias contribuíram para o momento de pessimismo do setor no mês, principalmente serviços de alimentação, que sofre com a pressão de preços de alimentos”, completou Pacini.
Em relação ao futuro de longo prazo, disse, os empresários aprofundam o pessimismo com o ritmo dos negócios para o ano de 2025. “O cenário macroeconômico indica pressões nos preços dos alimentos num ambiente de taxa de juros elevada e incerteza econômica, fatores que podem prolongar a percepção negativa sobre o setor de serviços”, avaliou o especialista.
A coleta de dados para a edição de fevereiro da Sondagem de Serviços foi realizada com e 1280 empresas entre os dias 3 e 25 deste mês.
Reportagem distribuída pelo Estadão Conteúdo
Ouça a rádio de Minas