Economia

Conjuntura eleva a intenção de consumo das famílias de Belo Horizonte

Pelo terceiro mês consecutivo, ICF de Belo Horizonte, medido pela Fecomércio-MG, tem alta e chega a 99,1 pontos
Conjuntura eleva a intenção de consumo das famílias de Belo Horizonte
Entre novembro e dezembro, foi apurada uma alta de 1,4 ponto percentual na Intenção de Consumo das Famílias de BH | Crédito: Alessandro Carvalho

O favorável ambiente econômico com a desaceleração da inflação, dos juros, da inadimplência e do desemprego, vem criando boas expectativas na população. Prova disso é que, pelo terceiro mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Belo Horizonte cresceu. Entre novembro e dezembro, foi apurado uma alta de 1,4 pontos no indicador, atingindo 99,1 pontos.

Medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), a intenção de consumo segue abaixo dos 100 pontos, o que indica uma insatisfação dos consumidores em relação às condições de vida de suas famílias. Contudo, se aproxima cada vez mais do nível de satisfação. Desde 2015, esse patamar não é alcançado, sendo que o mais próximo dele foi visto no último mês de agosto, quando o ICF marcou 99,8 pontos. 

Com as pontuações subindo neste ano, o indicador está 17,9 pontos acima do observado no fechamento de 2022, época em que o índice estava na casa dos 81,2 pontos. Destaca-se ainda que todos os subindicadores da pesquisa, ou seja, perspectiva profissional, emprego atual, renda atual, perspectiva de consumo, nível de consumo e momentos duráveis, apresentaram aumentos em comparação a dezembro passado, sendo que os quatro primeiros estão em níveis de satisfação. 

A economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, enfatiza que o resultado do ICF demonstra que as famílias estão confiantes em seus atuais empregos e esperando melhorias profissionais em um futuro próximo, o que aumenta a intenção de buscar crédito e consumir. Esse cenário, segundo ela, é reforçado por uma menor taxa de desocupação no mercado de trabalho

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Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de desemprego em Belo Horizonte no terceiro trimestre de 2023 ficou em 8,1%. Esse patamar representa uma queda de 0,5 ponto percentual (p.p) frente ao mesmo intervalo do ano passado. Em Minas Gerais, a taxa de desocupação foi estimada em 6%, enquanto em igual período de 2022, era de 6,3%.

Sensação de maior renda e importância de baixas na Selic 

Outro ponto destacado por Gabriela Martins que está atrelado à alta na intenção de consumo é a sensação de melhoria na renda atual em razão de dois fatores: queda inflacionária, sobretudo de bens essenciais como os alimentos, e dos repasses do governo federal para as famílias de menor renda. “São sensações do cotidiano, apontamentos do dia a dia que a gente vê indo, por exemplo, às compras no supermercado, de que a confiança das famílias está maior”, afirmou.

Neste mês, o Banco Central voltou a fazer um corte de 0,5 p.p na Selic, que encerrará 2023 em 11,75% ao ano, dando sequência ao ciclo de redução iniciado em agosto, o que também impacta positivamente o ICF. A economista da Fecomércio-MG destaca que a taxa básica de juros é uma importante ferramenta para o consumo das famílias, pois quanto menor estiver, mais barato será o crédito e mais pessoas poderão consumir a prazo, além de haver maior investimento empresarial.

Expectativa é que a confiança das famílias de Belo Horizonte continue subindo em 2024 

A melhora da conjuntura econômica traz otimismo para 2024. A expectativa de Gabriela Martins é que o índice de intenção de consumo das famílias de Belo Horizonte ultrapasse a barreira dos 100 pontos nos próximos meses e continue crescendo ao longo do ano. 

Para que a perspective se concretize, é necessário que os juros continuem em queda, a inflação siga em patamares aceitáveis e o desemprego permaneça em níveis baixos, trazendo convicção à população. “A expectativa é que cada vez mais as famílias tenham confiança para aumentar seus níveis de consumo. Isso gera tanto um cenário positivo direto para as famílias quanto para o comércio, prestadores de serviços e para toda a economia no geral”, destacou a economista.

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