Conselheiro da Vale fala em manipulação e influência política e renuncia

O conselheiro da Vale José Luciano Duarte Penido apresentou à companhia sua renúncia do conselho de administração nessa segunda-feira (11), informou a mineradora ao mercado.
Penido estava no conselho da Vale desde 2019, de acordo com comunicado da empresa assinado pelo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Duarte Pimenta.
Na sexta-feira, Penido e o conselheiro Paulo Hartung foram os dois membros do colegiado que votaram contra a solução para o processo sucessório do presidente, Eduardo Bartolomeo, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
O conselho de administração da Vale decidiu por 11 a 2, em reunião na sexta-feira, manter Bartolomeo no cargo de CEO até o final de dezembro deste ano. O executivo também vai apoiar a transição para nova liderança no início do ano que vem e atuará como advisor até 31 de dezembro de 2025, segundo a Vale.
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O desfecho ocorreu como uma solução para um impasse, após o conselho ficar dividido em uma reunião extraordinária anterior, quando seis conselheiros votaram a favor da recondução de Bartolomeo, seis votaram a favor da abertura de um processo de sucessão e um se absteve.
Ex-conselheiro diz que processo de sucessão foi manipulado
O ex-conselheiro da mineradora Vale José Luciano Duarte Penido afirmou em carta de renúncia ao presidente do conselho de administração da empresa que o processo de sucessão do presidente-executivo na empresa foi conduzido de maneira manipulada e teve influência política, segundo documento visto pela Reuters nesta terça-feira.
Penido, que apresentou na véspera sua renúncia a cargo no conselho, e o conselheiro Paulo Hartung foram os dois membros do colegiado que votaram contra a solução para o processo sucessório do presidente-executivo, Eduardo Bartolomeo, segundo fonte ouvida pela Reuters.
O conselho de administração da Vale decidiu por 11 a 2, em reunião na sexta-feira, manter Bartolomeo no cargo de CEO até o final de dezembro deste ano. Ficou decidido ainda que o executivo também vai apoiar a transição para a nova liderança no início do ano que vem e atuará como advisor até 31 de dezembro de 2025, segundo a Vale.
“Apesar de respeitar as decisões colegiadas, a meu ver o atual processo de sucessão do CEO da Vale tem sido conduzido de forma manipulada, não atende aos melhores interesses da empresa e sofre evidente e nefasta influência política”, afirmou Penido.
O desfecho ocorreu como uma solução para um impasse, após o conselho ficar dividido em uma reunião extraordinária anterior, quando seis conselheiros votaram a favor da recondução de Bartolomeo, seis votaram a favor da abertura de um processo de sucessão e um se absteve. (Por Marta Nogueira; texto de Roberto Samora, edição redação São Paulo)
Vale diz que conselho agiu em conformidade com regimento
A Vale informou nesta terça-feira (12) que recebeu do seu presidente do conselho de administração manifestação em que alega que a atuação do colegiado está em conformidade com estatuto, regimento interno e políticas corporativas.
A declaração vem após as notícias que descreviam o conteúdo da carta de renúncia do ex-conselheiro José Luciano Duarte Penido, que afirmava que o processo de sucessão do presidente-executivo, Eduardo Bartolomeo, na mineradora foi conduzido de maneira manipulada e teve influência política.
“O conselho de administração da Vale esclarece, no que tange ao processo de definição do presidente da companhia, que sua atuação está rigorosamente em conformidade com o estatuto social da Vale, o regimento interno do órgão e políticas corporativas”, afirma o documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O Conselho de Administração seguirá desempenhando as ações previstas nos processos de governança da Vale e executando sua missão de forma diligente.” (Com informações da Reuters)
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