Economia

Copa favorece e vendas da Black Friday surpreendem no País

Alta ocorreu principalmente para as gigantes do e-commerce, enquanto nas lojas físicas as promoções foram menos atrativas
Copa favorece e vendas da Black Friday surpreendem no País
Consumidor pesquisa camisa da seleção brasileira em site de compras on-line | Crédito: Giulia Simmons

Uma Copa do Mundo de futebol, que normalmente é realizada no meio do ano, desta vez fez a festa da Black Friday, que teve resultados surpreendentes com a edição do Mundial na reta final de 2022. Gigantes do universo do e-commerce como o Mercado Livre, Shopee e Hotmart tiveram alta significativa nas vendas, com produtos, sobretudo, ligados ao popular verde e amarelo.

Entre os cinco marketplaces mais acessados do Brasil, o Mercado Livre registrou a melhor Black Friday de sua história, conforme aponta o vice-presidente sênior da empresa no País, Fernando Yunes. Na apuração, a semana promocional lançada entre a segunda-feira (21) até o último domingo (27), o aumento em vendas brutas foi de 19% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Nova dinâmica de consumo

Dentre as categorias de destaques estão os eletroeletrônicos e vestuário. Ambas as escolhas dos brasileiros confirmaram a hipótese de que o campeonato mundial de futebol transformaria as dinâmicas de consumo na Black Friday. Enquanto as vendas de produtos eletrônicos seguem como vocação natural da data, o setor de moda ganhou relevância pela busca por vestuário das cores do Brasil.

Na Black Friday da Hotmart, o crescimento chegou aos 15%, quando confrontado ao mesmo evento de 2021. A plataforma da empresa também identificou que os acessos ampliaram em 11% as vendas de produtos digitais para compradores de fora do Brasil

“Lançamos uma campanha de incentivo de vendas que envolveu mais de 120 mil clientes. Os prêmios incluem itens como mentorias, masterclasses, descontos em ferramentas e pacotes de soluções da própria Hotmart. Com isso, mantivemos as vendas em alta e o sucesso da ação”, detalhou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO o gerente de Marketing de Produtos, Jader Maia.

Febre das compras on-line no último ano, a Shopee registrou alta impressionante de 300% em vendas no País. O dado é referente aos pedidos obtidos pela plataforma global na Black Friday durante a campanha lançada neste ano. A economia em ofertas e cupons na data para o consumidor chegou à ordem de R$ 65 milhões, disse o líder de Marketing da marca no Brasil, Felipe Piringer.

“Estamos felizes em ver os resultados positivos e que impactam a vida de empreendedores brasileiros. Continuaremos com o foco de ajudar as pequenas e médias empresas a iniciar e expandir seus negócios on-line”, avalia o porta-voz da Shopee.

Desempenho também é avaliado junto aos supermercadistas 

A tradicional reunião para assistir aos jogos da Copa pesou mais no bolso neste ano. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a cerveja e a carne bovina ficaram mais caras. A cerveja, uma das bebidas favoritas entre os brasileiros, teve uma alta de 10,9% no preço. Já os refrigerantes e a água tiveram um aumento de 11,10%. O levantamento também traz informações a respeito dos alimentos. A carne bovina aumentou em 5,8%, e a suína, em 2,46%. 

O economista e responsável pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, informa que, segundo lojistas do varejo, o setor de bebidas e o de carnes foram muito favorecidos pelos jogos da Copa durante a Black Friday. Isso porque, apesar de culturalmente ocorrer na última sexta-feira de novembro, no País a data tem promoções e ofertas antecipadas. 

Lojas físicas têm menos promoções atrativas

Em relação ao setor de eletroeletrônicos, o especialista afirma que os estabelecimentos não tiveram mudanças para atrair a atenção do consumidor. “A gente não viu tantas ofertas extremamente atrativas como em outros períodos, principalmente aqueles períodos que foram antes da pandemia. Isso porque antes tinha uma condição melhor e o varejo tinha mais margem para aplicar grandes ofertas, coisas que não estão acontecendo hoje, que está todo mundo no limite de algumas ofertas. Desta forma, às vezes cai um pouco de preço, não tanto quanto o consumidor pode pagar, porque o consumidor também está com as finanças mais apertadas”. 

“Não tivemos grandes ofertas no varejo. Temos, inclusive, acompanhado os preços no site do Mercado Mineiro desde agosto e, pelo menos, os preços não subiram. Então, a data não atendeu às expectativas do varejo e muito menos do consumidor de encontrar ofertas tão atrativas assim. A conclusão seguinte é que a Black Friday é importante para o varejo, mas ela tem que ser levada a sério pelo próprio varejo. Assim a gente nota que muitas pessoas deixaram de comprar e vão esperar um pouco mais a situação econômica do País pelo menos melhorar para comprar com mais tranquilidade”, conclui.

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