Economia

Copom reforça consenso sobre política de juros mais cautelosa, mostra ata

Ata do Copom mostra que interrupção em cortes de juros foi para avaliar cenário, diz Haddad
Copom reforça consenso sobre política de juros mais cautelosa, mostra ata
Foto: Adriano Machado/Reuters

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou o consenso sobre a necessidade de uma atuação mais cautelosa na política de juros, mostrou a ata publicada nesta terça-feira (25).

“Vigilante” e “firme” também foram outros termos enfatizados pelo colegiado do BC no documento. Na última quarta-feira (19), o Copom interrompeu o ciclo de cortes de juros e manteve a taxa básica, a Selic, em 10,5% ao ano, em decisão unânime.

Houve consenso entre os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – incluindo o diretor Gabriel Galípolo (Política Monetária) – e o atual chefe da instituição, Roberto Campos Neto, considerado um “adversário político” pelo chefe do Executivo.

Para o comitê, o cenário de inflação se tornou mais desafiador, com aumento das projeções de médio prazo, mesmo condicionadas a uma taxa de juros mais elevada.

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“Concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”, disse.

Segundo o Copom, há consenso de que se deve perseguir a convergência das expectativas de inflação em direção à meta – independentemente de quais sejam as fontes por trás da piora das estimativas.

“O comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, disse.

“O comitê não se furtará de seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”, acrescentou.

Ata do Copom mostra que interrupção em cortes de juros foi para avaliar cenário, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (25) que a ata do Copom transmite ideia de que está havendo uma interrupção no ciclo de cortes de juros básicos para avaliar os cenários interno e externo.

Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que a sinalização do BC de que “eventuais ajustes” seriam feitos nos juros se necessário é algo que sempre vai acontecer.

Para ele, a ata veio “muito aderente” ao comunicado da semana passada e a comunicação deixa o BC à vontade para tomar suas decisões a partir de novos dados nas próximas reuniões.

(Nathalia Garcia)

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