Copom reforça consenso sobre política de juros mais cautelosa, mostra ata

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou o consenso sobre a necessidade de uma atuação mais cautelosa na política de juros, mostrou a ata publicada nesta terça-feira (25).
“Vigilante” e “firme” também foram outros termos enfatizados pelo colegiado do BC no documento. Na última quarta-feira (19), o Copom interrompeu o ciclo de cortes de juros e manteve a taxa básica, a Selic, em 10,5% ao ano, em decisão unânime.
Houve consenso entre os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – incluindo o diretor Gabriel Galípolo (Política Monetária) – e o atual chefe da instituição, Roberto Campos Neto, considerado um “adversário político” pelo chefe do Executivo.
Para o comitê, o cenário de inflação se tornou mais desafiador, com aumento das projeções de médio prazo, mesmo condicionadas a uma taxa de juros mais elevada.
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“Concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”, disse.
Segundo o Copom, há consenso de que se deve perseguir a convergência das expectativas de inflação em direção à meta – independentemente de quais sejam as fontes por trás da piora das estimativas.
“O comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, disse.
“O comitê não se furtará de seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”, acrescentou.
Ata do Copom mostra que interrupção em cortes de juros foi para avaliar cenário, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (25) que a ata do Copom transmite ideia de que está havendo uma interrupção no ciclo de cortes de juros básicos para avaliar os cenários interno e externo.
Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que a sinalização do BC de que “eventuais ajustes” seriam feitos nos juros se necessário é algo que sempre vai acontecer.
Para ele, a ata veio “muito aderente” ao comunicado da semana passada e a comunicação deixa o BC à vontade para tomar suas decisões a partir de novos dados nas próximas reuniões.
(Nathalia Garcia)
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