Crise nos transportes e embargos prejudicam BRF
São Paulo – O CEO da BRF, Pedro Parente, disse na sexta-feira (10), que vê “com bastante preocupação” o tabelamento de frete para carga rodoviária aprovado pelo governo federal nesta semana. O executivo falou a analistas durante teleconferência para análise dos resultados trimestrais. Como resultado da greve dos caminhoneiros, ocorrida entre maio e junho, a tabela de fretes foi sancionada pelo presidente Michel Temer e publicada na quinta-feira, 9, no Diário Oficial da União (DOU) por meio da Lei nº 13.703. A medida tem levado a uma movimentação entre as empresas de proteína animal com o intuito de buscar milho no mercado externo que, por vezes, tem sido mais barato do que trazer o insumo por caminhão do Centro-Oeste. No caso da BRF, uma fonte disse que a possibilidade de importar milho não estaria afastada pela empresa, caso seja a opção mais viável financeiramente enquanto a tabela de fretes estivesse em vigor. Balanço – A BRF registrou prejuízo líquido de R$ 1,574 bilhão no segundo trimestre deste ano. O prejuízo é 846,4% maior do que o registrado em igual período do ano passado, de R$ 166 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 289 milhões no período, ante o desempenho positivo de R$ 575 milhões comparação anual. Já a receita líquida da BRF somou R$ 8,181 bilhões, alta de 1,9% ante o segundo trimestre de 2017. Segundo a companhia, o trimestre foi marcado pelas restrições impostas pelo mercado europeu, greve dos caminhoneiros, pelas medidas antidumping impostas preliminarmente pela China, banimento da insensibilização elétrica na fase de abate do frango halal e pelo aumento no preço dos grãos. “Como consequência destes eventos adversos, a indústria realizou um forte ajuste de alojamento de frangos que, por sua vez, deverá ser positivo para rentabilidade dos produtores em períodos seguintes”, explica.
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