Economia

Custo da construção desacelera em agosto em Minas

O custo da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.655,62 no Estado
Custo da construção desacelera em agosto em Minas
Crédito: Diário do Comércio / Alessandro Carvalho

O custo médio da construção, medido pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal, apresentou variação de 0,02% em Minas Gerais e de 0,63% no País em agosto. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (10).

Houve desaceleração do índice frente ao mês anterior no Estado, já que em julho a alta foi de 0,11% (recuo de 0,09 ponto percentual em agosto). Já no País, houve aumento do índice no oitavo mês de 2024, que ficou 0,23 ponto percentual acima do índice de julho (0,40%), sendo o maior já observado desde agosto de 2022.

Em Minas Gerais, o custo da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.655,62 (93,69% da média nacional), sendo R$ 976,80 referentes aos materiais (96,30% da média nacional) e R$ 678,82 à mão de obra (90,18% da média nacional). No País, o custo da construção foi de R$ 1767,09, sendo R$1014,31 relativos aos materiais e R$ 752,78 à mão de obra.

Com alta nas categorias profissionais, o Paraná foi o estado com a maior taxa em agosto, 2,84%, seguido pelo Rio Grande do Sul, 1,42%, sob as mesmas condições. Na análise por região, a Sul, influenciada justamente pela elevação nas categorias profissionais em seus três estados, ficou com a maior variação regional em agosto, 1,82%. 

O coordenador da pesquisa do IBGE em Minas, Venâncio da Mata, diz que o mês com a alta mais expressiva no custo da construção do Estado até o momento foi abril, com variação de 1,80%, fruto do aumento nos custos com a mão de obra. “O motivo foi o dissídio”, observa.

Índice condiz com a realidade do setor em Minas Gerais

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá, diz que o levantamento divulgado pelo IBGE reflete o que vem acontecendo com os custos do setor em Minas Gerais.

“Na composição do índice, em razão da escassez da mão de obra, que está mais valorizada, o que vem pressionando os custos”, diz.

No caso dos materiais, o cenário é mais estável, ainda mais na comparação com a época da pandemia que afetou a cadeia de produção e, logo, impactou os preços, que ficaram mais altos.

“Com a quebra da cadeia de fornecimento e pouca oferta, os preços naquela época subiram. É o jogo da oferta e da procura”, observa o dirigente, que diz que a variação de 0,02% em agosto representa um pequeno reajuste.

A variação foi de 0,01% registrada em maio pelo IBGE foi a menor de 2024 até o momento, resultado considerado estável. O ano de 2024 começou com alta de 0,04% do índice. Em fevereiro passou para 0,30% e em março o índice teve elevação de 0,13%.  E o primeiro semestre terminou com variação de 0,28% no mês de junho.

No acumulado do ano, a variação do índice do custo da construção em Minas foi de 2,71%, superior ao que foi calculado para o País (2,61%). Situação que é alterada no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 2,44% no Estado, inferior ao resultado nacional (3,12%).

O coordenador da pesquisa observa que vários fatores interferem no índice do custo de construção, o que dificulta qualquer tentativa de previsão. “A variação do dólar, o preço do minério de ferro e do petróleo são algumas das variáveis”, diz.

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