Economia

Custo da construção em Minas Gerais estabiliza em patamar alto

Dados são do CUB do Sinduscon-MG
Custo da construção em Minas Gerais estabiliza em patamar alto
CUB/M2 em Minas Gerais acumula uma alta de 0,91% no primeiro bimestre e aumento de 1,56% nos últimos 12 meses | Crédito: Matheus / stock.adobe.com

A construção civil no Estado encontrou, no último ano, a estabilidade perdida com a pandemia. O custo de construção não sofreu mais as grandes oscilações proporcionadas pelo período de emergência mundial. Agora, o novo desafio do setor é lidar com o fato de os preços terem se estabilizado em um patamar alto, explica a economista-chefe do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon MG), Ieda Vasconcelos.

A economista ressalta que, de julho de 2020 até fevereiro de 2024, a alta acumulada do Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) é de 76,44%. “A estabilidade que nós estamos vendo é em cima de uma base muito elevada. Estamos ainda com um patamar de custos com materiais 70% superior ao que encontramos antes da pandemia. Extremamente alto”, afirma.

O último CUB/m² calculado pela entidade em fevereiro teve alta de 0,88% frente a janeiro. No acumulado até fevereiro deste ano, a elevação foi de 0,91%. Nos últimos 12 meses, de 1,56%.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou um aumento de 0,13% em fevereiro. No acumulado do ano, a alta foi de 0,40%, e, nos últimos 12 meses, foi de 3,39%.

Mesmo em um patamar muito elevado, o custo dos insumos de construção tem contribuído para uma menor variação do CUB/m² em Minas Gerais. Além disso, o outro componente do indicador, a mão de obra, também tem uma perspectiva relativamente estável, já que acompanha a inflação nacional, que está controlada.

Custo da construção elevará preço dos imóveis em Minas Gerais

Mas apesar da relativa estabilidade dos insumos, a economista do Sinduscon MG aponta para uma realidade mais dura no custo da construção em Minas Gerais. “Vamos manter em patamar elevado e não existe nenhuma perspectiva que caia e volte ao patamar pré-pandemia”, disse.

Com essa nova realidade, Ieda Vasconcelos afirma que o reflexo direto será sentido no preço dos imóveis no Estado, principalmente na capital mineira. “Belo Horizonte tem um baixo patamar de unidades novas disponíveis para venda, o estoque é baixíssimo. Quando temos um custo alto e baixa oferta, o que a gente observa é um aumento do custo dos imóveis”, comenta.

A inflação acumulada de quase 80% do período pandêmico para o quadro atual, proporcionada por uma desorganização nas cadeias de suprimento global, ficou bem acima da inflação oficial medida pelo IBGE nesse período: 28,78%. Por conta disso, Vasconcelos prevê que o cenário para o setor de construção em Minas Gerais continuará desafiador. “É impossível construir hoje com o mesmo patamar de janeiro de 2020. Construímos com custo 50% superior”, finaliza.

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