Demanda por crédito sobe 3,8% em Minas Gerais

A busca do consumidor de Minas Gerais por crédito subiu 3,8% em fevereiro na comparação com mesmo mês de 2023. De acordo com os dados do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian, o desempenho observado no Estado ficou acima da média nacional, de -0,2%, resultado que indica estabilidade.
O número registrado no Brasil é a menor queda nos últimos 12 meses. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o índice nacional representa estabilidade após as mudanças na economia, com queda das taxas de juros e do desemprego. “A medida que a taxa de juros cai, o desemprego cai, as pessoas começam a renegociar dívidas, a gente vê que o indicador começa a ter estabilidade”, afirma.
O economista afirma que a busca por crédito em Minas Gerais, aliado a outros estados que também apresentaram crescimento na demanda, deve-se possivelmente aos impactos da queda dos juros e do desemprego sentidos com mais antecedência por algumas unidades federativas (UFs). “Esperamos que a tendência é que outros estados comecem a ter esse impacto mais favorável da redução dos juros, queda da inadimplência e do desemprego. É um processo que vai acontecer sempre muito lentamente”, explica.
Entre as UFs, Alagoas apresentou o maior aumento na demanda por recursos financeiros, com alta de 11,7% frente a fevereiro de 2023. O resultado está acima do segundo colocado, o Amapá (9,8%). Por outro lado, a maior retração nessa demanda foi registrada no Rio de Janeiro, com uma variação negativa de 5,7%.
Busca por crédito favorece consumo de bens duráveis
O estudo da Serasa Experian também revelou que os consumidores que recebem mais de R$ 10 mil registraram queda de 2% na demanda pessoal mensal. Já as duas faixas de renda abaixo, de até R$ 10 mil e até R$ 5 mil, fecharam o mês com quedas de, respectivamente, 1,3% e 1,41% na busca por recursos financeiros, enquanto faixas de rendas menores ficaram com demanda praticamente estável.
Nos próximos meses, Luiz Rabi aponta a tendência de que tanto Minas Gerais quanto outros estados registrem números positivos na demanda dos consumidores por crédito. Momento que favorecerá o comércio, principalmente no consumo de bens de maior valor, atrelado aos financiamentos. “A gente sabe que demora para que os efeitos da redução da taxa Selic cheguem na ponta final. Deve ser uma tendência este ano, crédito voltando a aquecer, desemprego em queda, principalmente em setores em que o crédito é importante, como de bens duráveis”, finaliza.
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