Economia

Desemprego em Minas atinge menor índice em 12 anos

No terceiro trimestre de 2024, índice chegou a 5% o menor índice registrado desde 2012
Desemprego em Minas atinge menor índice em 12 anos
Crédito: Marcelo Camargo

A taxa de desocupação em Minas Gerais no terceiro trimestre de 2024 atingiu o menor índice da série histórica ao registar 5%. O número é 1 ponto percentual (p.p.) menor que os 6% registrados no mesmo período de 2023 e o menor desde o início da série histórica, em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior (abril a junho), o índice estimado em 5,3% não apresentou variação estatisticamente significativa, de acordo com coordenador estadual do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Humberto Sette.

O resultado de Minas Gerais segue a tendência de estabilidade na taxa de desocupação registrada em 20 unidades da federação do País; em outras sete, houve queda nesse indicador.

De acordo com Sette, este é o segundo trimestre consecutivo que Minas Gerais registra estabilidade nos índices de desocupação, uma evidência de que após o período pandêmico, as taxas estejam chegando à uma estabilidade.

“Passamos por dois períodos de picos de desocupação desde a série histórica da Pnad que começou em 2012. O primeiro foi por volta de 2016 e 2017 que refletia a crise econômica mundial. Depois, foi em 2020 e 2021, durante a pandemia, quando as taxas de desocupação em Minas Gerais chegaram a atingir 13% e 14%. O que estamos vendo agora é que a retomada econômica do pós-pandemia começa a dar sinais de estabilidade. As quedas continuam acontecendo, porém menos acentuadas. Tanto em Minas quanto no Brasil, já estamos observando esta estabilidade”, destaca.

O economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Erico Grossi, atribui o menor índice de desemprego da série histórica ao bom desempenho dos setores de comércio e serviço. “Esses dois setores estão também em altas históricas e isso fez com que aumentassem as contratações. São setores importantes, intensivos em mão de obra, principalmente o de serviço”, comenta.

De acordo com Grossi, em Minas Gerais, o setor de serviços foi responsável por 60% das contratações do trabalho formal este ano. “O setor de serviço é intensivo e ele está muito bem no ano. Conseguiu recuperar todas as perdas advindas da pandemia, quando sofreu uma queda forte, mas em 2024 recuperou e está num momento importante, o que gerou contratações”, explica.

Taxa de desocupação de Minas Gerais é menor que a média nacional

No Brasil, a taxa de desocupação de 6,4% representa queda de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2023 e 0,5 ponto percentual em relação ao segundo trimestre deste ano. Com esses resultados, o índice em Minas Gerais permanece abaixo da taxa estimada nacionalmente, conforme explica o coordenador estadual do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Humberto Sette.

em Belo Horizonte, de agosto a outubro, de acordo com a pesquisa, o índice de desocupação foi de 6,2%, apresentando queda de 1,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mesmo trimestre de 2023, quando o índice ficou em 8,1%. Já em relação ao trimestre anterior, não houve variação significativa, uma vez que o índice do segundo trimestre ficou apenas 0,1 ponto percentual menor ao registrar 6,1%.

Rendimento médio do trabalhador mineiro é menor que o rendimento médio nacional

Já o rendimento médio real recebido por mês pelas pessoas ocupadas alcançou R$ 2.998 no terceiro trimestre em Minas Gerais. Na capital mineira, esse rendimento médio mensal foi de R$ 4.320. A renda média do Estado, fica menor quando comparada com a média nacional que é de R$ 3.239 no período.

“O rendimento médio em Minas Gerais permanece abaixo da média nacional, confirmando tendência que se mantém durante toda a série histórica da pesquisa”, comenta Sette.

Informalidade ainda é responsável por 36,5% da população ocupada

A informalidade em Minas Gerais ainda responde por 36,5% da população ocupada no Estado, de acordo com os números da pesquisa do IBGE.

A taxa é considerada alta pelo economista do BDMG. “É um índice alto para uma economia desenvolvida como Minas Gerais, porém ainda abaixo da estimada para o Brasil que gira em torno de 40% (38,8%)”, ponderou Erico Grossi.

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