Dólar inicia semana em alta; Ibovespa recua pressionado por bancos
São Paulo – O dólar fechou ontem em alta ante o real, com pequeno movimento de correção e com os investidores ainda de olho na cena externa e no quadro político local. O dólar avançou 0,24%, a R$ 3,7831 na venda, depois de marcar a máxima de R$ 3,8045. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 0,35% no fim do dia. “A agenda está tranquila. Não há motivo para uma correção da mesma magnitude da queda de sexta-feira”, afirmou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte. Na sessão de sexta-feira (20), o dólar despencou 1,84% frente ao real, fechando a semana com desvalorização acumulada de 2%, a maior em cinco meses. O mercado respirou aliviado após os partidos do blocão – grupo formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade – decidirem fechar apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Alckmin é visto pelo mercado financeiro como um político mais comprometido com os ajustes fiscais. Até então, as notícias indicavam que o blocão estava pendendo para Ciro Gomes, pré-candidato do PDT nas eleições de outubro. “É cedo para dizer que o dólar mudou de patamar. Temos que ver a percepção do público (ao apoio do blocão a Alckmin)”, acrescentou Fernanda. Recentemente, a moeda norte-americana esteve oscilando entre R$ 3,80 e R$ 3,90. O foco do mercado também continuou voltado ao exterior, com a guerra comercial entre Estados Unidos e outros países abastecendo o noticiário, com temores de que o crescimento global seja afetado. Na sessão de ontem, o dólar avançava ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano. O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 10,5 bilhões do total de US$ 14,023 bilhões dos contratos que vencem em agosto. Bolsa – O Ibovespa encerrou em leve queda ontem, pressionado pelas ações de bancos, em um pregão sem viés único nas praças acionárias globais, enquanto o noticiário político-eleitoral no Brasil divide o foco com a temporada de resultados de segundo trimestre. O principal índice de ações da B3 cedeu 0,73%, a 77.996,12 pontos. O volume financeiro somou R$ 7,028 bilhões. “O mercado operou próximo à estabilidade na maior parte do dia, diante de um ambiente interno ainda sem visibilidade no aspecto político, temporada de balanços sem brilho e perspectivas na economia em trajetória descendente”, disse o analista da corretora Lerosa Vitor Suzaki. Do lado externo, ele acrescentou que seguem sob o foco as preocupações comerciais entre os Estados Unidos e as principais economias globais. Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com acréscimo de 0,18%, ajudado pelo setor financeiro.
Ouça a rádio de Minas