Dólar volta a fechar em queda após 5 meses
São Paulo – O dólar terminou em alta frente ao real, ontem, pelo segundo pregão consecutivo, mas conseguiu garantir em julho sua primeira queda mensal desde janeiro, graças a um ambiente um pouco mais tranquilo tanto no exterior quanto na cena eleitoral no Brasil. O dólar avançou 0,66%, a R$ 3,7548 na venda, encerrando julho com recuo de 3,16%, a primeira baixa mensal desde janeiro, quando a desvalorização acumulada foi de 4,05%. No acumulado de 2018, no entanto, o dólar tem forte alta de 13,29% sobre o real. O dólar futuro subia cerca de 0,60% no fim do dia. Para agosto, entretanto, com a definição dos candidatos à Presidência, coligações e a campanha ganhando tração, a expectativa é de que a cautela volte a ganhar força e a volatilidade retome mais intensamente no mercado. “(De) Agosto a outubro, sugere não um desalento, mas, cautelarmente, postura defensiva, evidenciando sensatez ao longo de um período de extrema relevância para o País”, escreveu o economista e sócio da NGO Corretora, Sidnei Nehme. Termina no próximo domingo o prazo para as convenções partidárias que definirão os candidatos para a corrida presidencial e seus respectivos vices. Dia 15 de agosto é a data limite para o registro das candidaturas, com a campanha começando oficialmente no dia 16 e o horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, no dia 31. A opção preferida do mercado é o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, por considerá-lo com perfil mais reformista. O apoio recebido dos partidos do blocão acabou trazendo algum alívio aos investidores, que enxergaram a possibilidade de a candidatura do tucano ganhar tração, já que ele ainda não tem aparecido com muita intenção de votos nas pesquisas. “Não dá para prever o dólar no próximo mês, mas não vejo a moeda acima de R$ 4. O Banco Central tem armas para conter alta, temos fluxo, reservas, não tem sentido subir tanto”, afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. Na segunda-feira (30), o BC indicou que pretende rolar todo o volume de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, que vence no início de setembro, mantendo a estratégia adotada nos últimos meses. Fará hoje leilão de até 4,8 mil contratos e, se mantiver essa mesma oferta e vendê-la até o final do mês, terá rolado o equivalente a US$ 5,255 bilhões. A alta do dólar na sessão de ontem sofreu principalmente influência externa, em meio à expectativa pelo desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que acontece hoje. O Fed deve manter as taxas de juros agora, mas o sólido crescimento econômico combinado com inflação em elevação devem fazer com que o banco siga no caminho de dois novos aumentos neste ano. B3 – O Ibovespa fechou em queda ontem, com as ações da Cielo e do Itaú Unibanco entre os maiores recuos, após resultados trimestrais fracos, mas subiu quase 9% em julho, mês marcado pela volta dos investidores estrangeiros e relativa melhora nas expectativas relacionadas ao cenário eleitoral. O principal índice de ações da B3 caiu 1,31%, a 79.220,43 pontos. O volume financeiro somou R$ 9,5 bilhões. Profissionais da área de renda variável também não descartaram para a queda na sessão algum movimento de realização de lucros diante do encerramento do mês, guiado particularmente pelo setor bancário, principal peso negativo no Ibovespa na sessão, com as ações valorizando-se mais de dois dígitos no acumulado de julho. No mês, contudo, o Ibovespa contabilizou avanço de 8,75%, após desempenho negativo nos dois meses anteriores. Foi a segunda maior alta mensal em 2018, atrás apenas do mês de janeiro, quando subiu 11,14%. No ano, o índice acumula variação positiva de 3,57%.
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