Minas Gerais tem saldo negativo de 4,8 mil empregos em outubro, aponta Caged
Minas Gerais registrou, em outubro, redução de 4.802 empregos formais, interrompendo uma sequência positiva no saldo de contratações, que vinha desde dezembro de 2024, quando houve quase 70 mil desligamentos a mais do que admissões no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os dados são piores do que o mês de outubro de 2024, quando foram realizadas 234.144 admissões, contra 232.268 demissões, o que dá um saldo de 1.876.
Segundo a economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Cibele Santiago, o recuo nos empregos já era esperado, em função da ligação entre o mercado de trabalho e a política monetária brasileira. “Os efeitos cumulativos da política monetária restritiva, com a Selic a 15% ao ano, crédito caro e menos ímpeto nos investimentos, já vinham sinalizando um ritmo mais fraco nas contratações”, afirma.
O número de contratações deve aumentar no fim do ano, período em que, tradicionalmente, surgem os empregos temporários para atender a demanda das festas de Natal e Ano Novo. Porém, a economista avalia que, ainda assim, o mercado de trabalho deve seguir em ritmo mais moderado.
Agro puxa números para baixo
De acordo com o Caged, no mês, o grupo que mais puxou as estatísticas de emprego para baixo foi o da agropecuária, que registrou déficit de 5.693 empregos. “Neste setor, o que pesou foi a sazonalidade negativa típica do cultivo de alho, que neste ano veio um pouco mais intensa do que o esperado, além do recuo no cultivo de café, que repetiu o padrão observado no ano passado”, explica Cibele Santiago.
As áreas de construção e indústria também influenciaram negativamente, com menos 3.400 e 712 postos de trabalho, respectivamente. A economista atribui as quedas ao ambiente econômico mais restritivo.
Já os setores de comércio e serviços foram os que tiveram melhores números, com 2.744 e 2.263 admissões a mais do que desligamentos, nesta ordem.
“Só em comércio e serviços tivemos pequenas aberturas de vagas, mas que foram insuficientes para compensar as perdas nos demais setores. No comércio, o saldo foi puxado pelas contratações em supermercados, e nos serviços, o destaque ocorreu na alimentação”, diz.
Acumulado do ano
Os números do Caged também mostram que, apesar da queda, no acumulado do ano, o Estado vem registrando superávit, com 159.601 admissões a mais do que demissões. Ao todo, entre janeiro e outubro, foram 2,463 milhões de contratações e 2,303 milhões de desligamentos.
O setor de serviços registrou o maior saldo em Minas, com 73,8 mil novos empregos ao longo do ano, crescimento de 3,4%. Em seguida, veio a indústria, com 33,4 mil, acompanhado por comércio (18,7 mil), construção (17,5 mil) e agropecuária (16 mil).
Na comparação com o acumulado do mesmo período de 2024, Minas Gerais apurou queda de 23,17% no saldo. Naquela época, o Estado tinha 207.746 contratados a mais do que desligados.
Ouça a rádio de Minas