Empresários da indústria estão mais otimistas

O bom desempenho da atividade econômica nos últimos meses e os estímulos fiscais concedidos pelos governos – como a desoneração de impostos incidentes sobre os combustíveis e energia elétrica – contribuíram para o avanço da confiança do setor industrial em Minas Gerais. Em agosto, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) cresceu 2,3 pontos frente a julho, marcando 59,3 pontos e atingindo o patamar mais elevado em um ano.
Os dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostram que, no oitavo mês do ano, houve avanço na percepção de melhora da situação atual da economia e também nas expectativas dos industriais para os próximos seis meses.
A economista da Gerência de Economia e Finanças da Fiemg, Daniela Muniz, explica que o avanço de 57 pontos de julho para os atuais 59,3 pontos em agosto, mostra que os industriais estão confiantes pelo 25º mês seguido. O Índice ficou 6,5 pontos acima da sua média histórica mensal, que é de 52,8 pontos.
“Este aumento da confiança ocorre após um período muito crítico da economia, devido à pandemia de Covid-19. Agora que temos a normalização das atividades produtivas, os empresários industriais percebem que o pior momento ficou para trás. Apesar da inflação e dos juros altos, temos fatores positivos, como a melhora do mercado de trabalho e estímulos à economia”.
Ainda segundo Daniela, a desoneração fiscal também foi muito importante para a melhoria da confiança dos industriais. A redução da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) incidente na gasolina e na energia elétrica foi importante já que são itens que pesam nos custos da indústria.
Além disso, houve redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A medida alivia a carga tributária de automóveis, eletrodomésticos e outros produtos.
“A recuperação da economia nos últimos meses e a desoneração de itens que afetam o custo de produção tiveram um impacto grande na confiança dos industriais”.
Na comparação com agosto de 2021 (62,8 pontos), quando houve uma retomada significativa das atividades, o indicador recuou 3,5 pontos.
De acordo com os dados da Fiemg, o componente de condições atuais aumentou 1,4 ponto ante julho (51,5 pontos), registrando 52,9 pontos em agosto. O resultado mostrou que os empresários perceberam melhora na situação atual das economias do País e do Estado, assim como dos seus negócios. Contudo, frente a agosto de 2021 (58,3 pontos), o índice caiu 5,4 pontos.
Expectativa positiva
O componente de expectativas para os próximos seis meses cresceu 2,8 pontos em relação a julho (59,7 pontos), marcando 62,5 pontos em agosto. Com esse aumento, o indicador mostrou maior otimismo dos industriais no que se refere aos seus negócios e às economias brasileira e mineira. Entretanto, na comparação com agosto de 2021 (65,1 pontos), o índice recuou 2,6 pontos.
Especificamente sobre as expectativas para os próximos seis meses da economia brasileira, o índice chegou a 59,2 pontos, ante 55,3 visto em julho. Em relação à economia do Estado, a expectativa subiu de 56,8 para atuais 60 pontos.
Mesmo com o aumento da confiança, o setor ainda se preocupa com a inflação elevada, os juros altos e também com as dificuldades ainda enfrentadas com o abastecimento das indústrias com insumos, que ainda não foi normalizado e estão mais caros.
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