Economia

Empresas de BH são as que têm menor inadimplência em Minas Gerais

Capital registrou inadimplência de 2,6% no comércio, substancialmente menor que o índice registrado em todo o Estado, que foi de 6,71%
Empresas de BH são as que têm menor inadimplência em Minas Gerais
Comércio da Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

O comércio de Belo Horizonte finalizou o ano de 2023 com um nível de endividamento inferior ao observado em outras regiões de Minas Gerais, tendência que se mantém também nos primeiros meses de 2024 para as empresas.

Um levantamento recente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com base nos dados fornecidos pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), aponta o crescimento de 2,6% no número de CNPJs inadimplentes em Belo Horizonte no mês de fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, este aumento é substancialmente menor ao registrado em todo o Estado, que foi de 6,71%.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, atribui esta resiliência das empresas locais às adaptações frente às mudanças macroeconômicas, como a redução da taxa Selic. Para ele, a robustez do setor comercial, peça-chave da economia da região, tem sido fundamental para permitir às empresas cumprir com suas obrigações financeiras.

“As empresas têm vivenciado uma melhora na capacidade de pagamento. Ainda que o cenário seja de cautela, pois os grandes impactos da redução da taxa de juros são a médio e longo prazo, essa desaceleração ainda de inadimplência é reflexo da melhora do ambiente econômico“, explica Souza e Silva.

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Ele também ressalta a melhora dos resultados do ProLamp e do programa Desenrola. “Além disso, influências sazonais, como datas comemorativas e iniciativas adotadas pelos empresários para estabilizar as finanças, também contribuem para este indicador”, completa.

Confira o acumulado da inadimplência em cada segmento em BH e no Estado, observado no ano passado:

Belo Horizonte:

  • Comércio – R$ 6.672,34
  • Serviços – R$ 5.619,72
  • Indústria – R$ 5.751,34
  • Agricultura – R$ 4.140,34

Minas Gerais:

  • Comércio – R$ 7.167,65
  • Serviços – R$ 6.101,89
  • Indústria – R$ 6.770,09
  • Agricultura –  R$ 7.888,10
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Quais fatores provocam maior endividamento?

No que tange à distribuição setorial da inadimplência em fevereiro de 2024, os dados apontam que em Belo Horizonte, os segmentos mais afetados foram Serviços, Comércio, Indústria e Agricultura, nesta ordem. Já no âmbito estadual, a inadimplência se distribuiu de maneira similar, com o setor de Serviços liderando, seguido por Comércio, Indústria e Agricultura.

O valor médio das dívidas das empresas na Capital foi de R$ 5.761,27, enquanto no restante de Minas Gerais, o montante médio devido foi de R$ 6.339,70.

As principais categorias de dívidas em Belo Horizonte incluem serviços de comunicação, contas de água e energia elétrica, bancos e comércio. A situação é similar em Minas Gerais, com destaque para um endividamento mais acentuado nas contas de água e luz.

“As principais dívidas das empresas são relacionadas às contas de água e luz, bancos e serviços de comunicação. Isso nos mostra que a dificuldade está na organização financeira do negócio. Por isso, é necessário o planejamento financeiro, sendo fundamental que os empresários façam o acompanhamento das suas receitas, do fluxo de caixa, despesas fixas e variáveis como prevenção inadimplência”, recomenda o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

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