Economia

Estado deve ganhar unidade administrativa do Observatório Social do Brasil

Presente em vários estados do Brasil com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão pública, o Observatório Social do Brasil (OSB) ganha força em Minas Gerais. Durante evento realizado, nesta semana, na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), em Belo Horizonte, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas) apresentou projeto para a criação da Unidade Administrativa do OSB em Minas Gerais. A unidade vai gerenciar o trabalho do observatório em todo o Estado, atuando em favor da transparência e do controle social das contas públicas em municípios mineiros. O OSB é uma instituição não governamental e sem fins lucrativos, que nasceu no Paraná, mas tem atuação em 130 municípios do Brasil. A organização criou uma metodologia para monitoramento das compras públicas em nível municipal, desde a publicação do edital de licitação até o acompanhamento da entrega do produto ou serviço. A ideia é agir preventivamente no controle social dos gastos públicos. Por meio de Observatórios Sociais (OS) em cada cidade, o OSB também atua em outras frentes, como educação fiscal, inserção da micro e pequena empresa nos processos licitatórios e construção de indicadores da gestão pública. O presidente do OSB, Ney Ribas, explica que o observatório já atua em Minas Gerais por meio de OS, mas, com a criação da Unidade Administrativa do OSB em Minas Gerais, esse trabalho ficará ainda mais forte no Estado. “A intenção é ter aqui no Estado uma unidade que dê suporte aos observatórios que já existem e coordene a expansão da rede do OSB em Minas. Hoje, nós temos 85 cidades mineiras com o pedido para constituírem um OS, mas para isso elas precisam receber uma orientação e um passo a passo da metodologia. É por isso que ter uma unidade administrativa aqui facilitará esse trabalho”, explica. Ribas reforçou a importância desse momento para o OSB e frisou seu otimismo em relação ao trabalho do observatório em Minas Gerais. “Esse é um momento histórico. Acredito que, nos próximos dois anos, Minas Gerais pode ser o estado com o maior número de OS no Brasil”, aposta. O presidente da Federaminas, Emílio Parolini, lembrou que a unidade administrativa será importante para a multiplicação do trabalho da OSB em diversos municípios. “Para abrir um OS em um município não é só se cadastrar. Existe uma metodologia extensa a ser cumprida e essa unidade administrativa é que vai viabilizar isso, ajudando nas parcerias necessárias e fazendo os treinamentos dos envolvidos”, frisou. Segundo ele, o escritório da unidade ficará dentro da sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na região Centro-Sul da Capital. De acordo com ele, a implantação da unidade exigirá um investimento inicial de R$ 20 mil, além de aportes mensais entre R$ 22 mil e R$ 25 mil para a remuneração dos consultores envolvidos no projeto. De acordo com ele, esse investimento será levantado entre entidades de classe, conselhos profissionais, instituições financeiras e empresários mineiros. O presidente do OSB convocou os empresários a participarem desse projeto, que, entre 2013 e 2016, gerou economia de mais de R$ 2 bilhões para os cofres municipais. “Nós empresários às vezes nos esquecemos do nosso maior sócio, que é o governo municipal e que leva mais de 35% de tudo o que produzimos. É uma questão de escolha: não adianta ficar só reclamando do Congresso. Se eu quero que as mudanças ocorram ou eu coloco a mão na massa ou eu coloco a mão no bolso e apoio financeiramente quem está fazendo algo por essa mudança”, disse. Sete Lagoas – A presidente da OS de Sete Lagoas, Rosana Ribeiro, estava presente no evento e destacou a importância da criação da unidade administrativa no Estado. “Antes precisávamos recorrer ao Paraná, mas agora teremos esse apoio em Minas Gerais, o que é muito positivo. Além de ser uma unidade de auxílio mais próximo, ela também trará mais credibilidade para o OSB no Estado, considerando o fato de que o mineiro é mais desconfiado”, disse. Segundo ela, o OS de Sete Lagoas foi constituído em janeiro deste ano e, até o momento, gerou um volume de R$ 8 milhões de economia para o município.

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