Economia

Faturamento da indústria mineira avança 4,2% com ajuda do setor extrativo

Faturamento da indústria mineira avança 4,2% com ajuda do setor extrativo
O emprego da indústria geral também subiu em maio em razão do aumento na indústria de transformação | Crédito: Alexandre Mota/Reuters

O faturamento da indústria mineira cresceu 4,2% em maio frente a abril, resultado dos aumentos nas indústrias extrativa (7,9%) e de transformação (1,6%). Com o desempenho, nos primeiros cinco meses do ano, a indústria registrou alta de 0,9% no faturamento frente igual período do ano anterior. 

De acordo com a Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em maio, o emprego registrou a maior expansão, 2%, para o mês em 18 anos, contribuindo também para o aumento da massa salarial, 1,5%.

De acordo com a analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper, os resultados da indústria mineira em maio frente a abril foram bastante positivos.  

“Os resultados da indústria foram positivos, em cinco das seis variáveis analisadas houve crescimento, inclusive as variáveis de atividades da indústria – faturamento e horas trabalhadas na produção. O crescimento do emprego foi resultado dessa maior expansão do mês para 18 anos e puxou a massa salarial. Se tem mais emprego, tem mais salário para pagar”.

Conforme os dados da Fiemg, além do aumento de 4,2% em maio no faturamento da indústria geral frente a abril, ante maio de 2021 o indicador mostrou elevação de 5,5%, puxado pelas expansões nas indústrias extrativa (17,7%) e de transformação (4,3%). No acumulado do ano, o índice geral de faturamento avançou 0,9% e, nos últimos 12 meses, aumentou 3,7%.

O emprego da indústria geral avançou no mês em razão do aumento de 2,2% na indústria de transformação. Frente a maio de 2021, o índice geral cresceu 0,9%, reflexo da elevação no segmento de transformação (1,4%). Nos primeiros cinco meses do ano, o emprego da indústria geral registrou aumento de 1,5% e, nos últimos 12 meses, cresceu 4,4%.

O aumento visto no indicador de empregos estimulou a massa salarial, que cresceu 1,5% em maio frente a abril. Porém, comparando com maio de 2021, o índice geral recuou 1,2%, em decorrência da retração de 1,4% na indústria de transformação. No acumulado do ano, o resultado ainda é negativo, -0,2%, resultado da queda de 1,9% na indústria extrativa.

As horas trabalhadas da indústria também aumentaram. Em maio, a expansão foi de 1,3% ante abril. De janeiro a maio, o índice geral aumentou 2,3% e nos últimos 12 meses, 4%.

De acordo com Júlia, o resultado positivo dos indicadores ocorreram pelos estímulos econômicos liberados pelo governo federal, como saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e, agora, a redução das alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis, energia e comunicação.

“Todos estes incentivos influenciam positivamente a demanda por bens industriais, em curto prazo, e tem fomentado a atividade industrial. A tendência é que as medidas continuem gerando impactos positivos nos próximos meses”, explicou Júlia. 

Já a utilização da capacidade instalada da indústria geral caiu. O indicador marcou 82,9% pontos em maio, queda de 1 ponto percentual (p.p.) frente a abril (83,9%). Apesar do recuo, o índice ainda ficou 0,3 p.p. acima da sua média histórica, de 82,6%.

De acordo com Júlia, devido ao cenário adverso e ao período eleitoral, é difícil prever como será o desempenho do setor nos próximos meses. 

“Existem fatores negativos que interferem no desempenho. Hoje, temos um cenário mais adverso – com a inflação e a taxa de juros mais elevadas. Além disso, o setor convive com o problema, que vem desde o começo da pandemia, que são os custos do frete mais elevados e lockdown na China, que prejudica a oferta e encarece os insumos. Há ainda o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o período eleitoral. São fatores que podem prejudicar o desempenho da indústria”.

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