Faturamento da mineração cresce 29% em Minas Gerais no 1º trimestre
O faturamento da indústria da mineração chegou a R$ 28,2 bilhões em Minas Gerais no primeiro trimestre de 2024, alta de 29% em relação ao mesmo período de 2023. Dentre as unidades federativas, o Estado foi o que mais faturou, respondendo por 42% do montante brasileiro. O Pará se manteve na segunda posição com um total faturado de R$ 25,1 bilhões e 37% de participação.
Conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o faturamento do setor no Brasil subiu 25% e alcançou R$ 68 bilhões nos primeiros três meses de 2024. O minério de ferro foi responsável por 64,2% do valor, com R$ 43,9 bilhões. A substância é produzida especialmente em Minas Gerais e no Pará.
A alta do faturamento mineiro tem relação com as exportações de produtos estocados, segundo o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Júlio Nery. Ele explica que, além disso, as precipitações, que costumam ser volumosas nesta época, afetando a produção das mineradoras, foram menores, o que também influenciou positivamente o desempenho.
“Neste primeiro trimestre tivemos embarques de estoques, que ajudaram a chegar neste valor. As chuvas neste ano também não tiveram o impacto negativo que já observamos no passado. No primeiro trimestre, normalmente, há um forte impacto das chuvas, mas neste ano, felizmente, elas foram mais bem distribuídas e ficaram até um pouco abaixo em quantidade no Sudeste. Isso influenciou menos na produção e, por isso, tivemos resultados melhores”, destacou.
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Para os próximos meses, a tendência é que o faturamento do Estado siga no mesmo ritmo. Nery diz que os relatórios que as empresas estão publicando indicam esse movimento e as projeções são otimistas.
Arrecadação da Cfem e investimentos
O mesmo movimento ocorreu na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). O recolhimento atingiu R$ 1,9 bilhão no País entre janeiro e março deste ano, um aumento de 29,8% em comparação a igual intervalo do exercício passado.
Com elevação de 32,7%, Minas Gerais registrou o maior volume recolhido: R$ 883 milhões, representando 46% do total. O segundo colocado Pará apresentou uma elevação de 38,5%, mas recolheu menos, R$ 810 milhões, o que representa uma participação de 42%.
Já os investimentos do setor para o quinquênio 2024-2028 foram mantidos em US$ 64,5 bilhões, sendo a maioria absoluta para o território mineiro, com US$ 11,4 bilhões.
É válido dizer que o principal destino das aplicações será os projetos de minério de ferro, seguido por iniciativas socioambientais, com destaque para a descaracterização de barragens a montante.
Balança comercial
Tanto em Minas Gerais quanto no Brasil, as exportações da indústria da mineração subiram nos primeiros três meses de 2024, ante o mesmo intervalo de 2023. Já as importações recuaram. No Estado, os embarques aumentaram 18,4%, para US$ 4,5 bilhões, e o volume importado recuou 19,2%, para US$ 265,3 milhões. Nacionalmente, as exportações cresceram 18,3%, para US$ 10,9 bilhões, enquanto as importações diminuíram 30,9%, para US$ 1,99 bilhão.
Obstáculos para o setor
Os dados positivos indicam que a mineração está evoluindo, porém, existem obstáculos pelo caminho com potencial de prejudicar esse progresso, causando preocupações para o Ibram. Entre os empecilhos, estão os projetos de lei, em tramitação no Congresso, que expandem o garimpo.
Por exemplo, o PL 2.973/2023, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), gerou aflição no setor, ao permitir a lavra garimpeira em áreas previamente outorgadas para a mineração industrial. O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, disse que se o projeto se tornar lei, poderá haver centenas de serras peladas no País, com a atuação do garimpo ilegal, visto que a Agência Nacional de Mineração (ANM) não terá condições de monitorar a situação.
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