Economia

Fundo do BNDES para minerais estratégicos levanta interesse de R$ 3 bilhões

Valor foi considerado alto por funcionários do banco, que dizem haver grande demanda para aportes no setor
Fundo do BNDES para minerais estratégicos levanta interesse de R$ 3 bilhões
Crédito: Diário do Comércio | Mara Bianchetti

São Paulo – O fundo de investimentos criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Vale para investir em mineradoras recém-nascidas levantou interesses de investimentos próximos de R$ 3 bilhões. O valor foi considerado alto por funcionários do banco, que dizem haver grande demanda para aportes no setor.

O fundo tem o objetivo de estimular atividades de pesquisa e exploração mineral no Brasil, principalmente aqueles tidos como estratégicos para transição energética e nova economia, como lítio, cobre e níquel. Geralmente, o país tem dificuldade de atrair investidores interessados em aportar capital em empresas desse porte, já que os riscos são maiores na fase de pesquisa mineral.

Ao todo, Vale e BNDES aportarão no máximo R$ 250 milhões no fundo, cada um. A fatia deles não pode passar de 25% do total – por isso, a expectativa é que o fundo atraia ao menos R$ 1 bilhão, valor ainda considerado pequeno pelo setor e insuficiente para bancar um grande projeto mineral.

Os R$ 3 bilhões citados por fontes do banco são a soma de todas as cartas de intenção apresentadas pelas 12 instituições financeiras que participaram do processo seletivo para escolher qual seria a gestora do fundo. Nesse processo, os concorrentes precisaram apresentar quanto os investidores que os procuraram diziam estar dispostos a investir no fundo. A vencedora foi uma parceria entre a Ore Investment e a JGP, que levantou intenções de cerca de R$ 500 milhões.

Agora, os gestores começarão o processo para concretizar esses investimentos. A expectativa é que até março do ano que vem o fundo comece a aportar os valores nas empresas, hoje chamadas no mercado de junior miners (mineradoras juniores).

Essas empresas são conhecidas por criar projetos de extração de minerais a fim de vendê-los para grandes mineradoras, já que não têm recursos suficientes para seguir com toda a operação.

Segundo o sócio e CEO da Ore Investments, Mauro Barros, o fundo deve escolher entre 10 e 15 empresas que tenham o objetivo de levar o projeto mineral até a fase de pesquisa. Nesses casos, o fundo venderia suas participações na empresa no momento de pré-implantação da mina – seguindo o interesse dos controladores.

Caso semelhante aconteceu em agosto, quando a Pilbara Minerals, uma das maiores produtoras de lítio do mundo, comprou o projeto da Latin Resources para extrair lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A região é hoje uma das maiores concentradoras de junior miners no Brasil.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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