General Mills vai investir R$ 300 milhões em Minas

A transferência das operações da General Mills, proprietária no Brasil das marcas Yoki, Kitano e Häagen Dazs, de Cambará (PR) para Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, vai demandar aportes de R$ 300 milhões. Os investimentos serão destinados às adequações do complexo fabril para receber a fabricação de produtos derivados de mandioca, batata e amendoim. As obras de expansão da planta já estão em andamento e a previsão é que mil empregos, entre diretos e indiretos, sejam criados pela empresa na cidade.
A unidade mineira existe desde 2007 e já emprega cerca de 1,4 mil profissionais. Em nota, a multinacional do setor de alimentos informou que vai ofertar oportunidades para funcionários do Paraná que queiram se mudar para Pouso Alegre. E descartou qualquer negociação com o estado ou a prefeitura de Cambará no sentido de recuar na decisão. “Tais ajustes operacionais precisam ocorrer para permitir que a empresa invista ainda mais no Brasil”, justificou.
Segundo a empresa, a previsão é que as linhas sejam transferidas ao longo do ano e que as atividades em Cambará sejam encerradas a partir de dezembro de 2023. E reiterou que se trata de uma decisão de negócios e não tem relação alguma ao poder público em geral ou à comunidade local. “A ação visa tornar a atuação da companhia ainda mais eficiente e produtiva, com o objetivo de oferecer melhor nível de serviço a todos os clientes”, completou no comunicado à imprensa.
Informações dão conta que a Prefeitura de Cambará atuava pela permanência da empresa na cidade, mas o Executivo municipal teve a informação de que a decisão havia sido tomada pela sede da multinacional nos Estados Unidos. Isenção de impostos e concessão de uma área para expansão da empresa no município, caso fosse essa a necessidade, chegaram a ser cogitados.
Além disso, uma reunião entre representantes da prefeitura e do governo do Paraná estaria sendo organizada para discutir a situação e tentar fazer com que a empresa desista de fechar a unidade do município. Ao mesmo tempo, porém, conforme apuração da FolhaPress, a prefeitura estuda caminhos para tentar amenizar os impactos causados na economia pelo fechamento da planta, a maior da cidade.
A empresa afirmou que também busca atenuar esses impactos para os colaboradores.
“Para minimizar os impactos desta decisão, a empresa já iniciou as negociações com os sindicatos de classe buscando oferecer, além das verbas rescisórias legais, um justo pacote de desligamento, com bônus de salários, extensão de benefícios – como vale-alimentação e assistência médica, além de incentivo extra por performance ao longo dos próximos meses, até o encerramento das atividades na unidade. A empresa também vai oferecer uma consultoria com orientações para recolocação profissional, além de ofertar diversas oportunidades de transferência para colaboradores que tenham interesse em trabalhar em Pouso Alegre”, listou, no documento.
A partir disso, a reportagem questionou tanto o governo de Minas Gerais quanto a Prefeitura de Pouso Alegre quanto a possíveis incentivos que pudessem ter sido ofertados. Ninguém do Executivo municipal foi encontrado para comentar o assunto ou o investimento. Já o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, confirmou os aportes, a geração de emprego e o início das obras. E comemorou o anúncio.
“Iniciamos 2023 com o pé direito naquela que é a maior prioridade do nosso governo: gerar empregos para os mineiros. Uma empresa global, dona de marcas de grande sucesso acreditando e dobrando a aposta em Minas Gerais. Serão mil novos empregos, entre diretos e indiretos”, ressaltou.
Vale dizer que a marca mais famosa fabricada pela empresa em Pouso Alegre é a pipoca de micro-ondas Yoki. E que a unidade de Pouso Alegre contava, até o ano passado, com um Centro de Distribuição (CD). Porém, a General Mills transferiu as operações logísticas e de armazenagem para Extrema, também no Sul de Minas.
Inaugurado no ano passado, o CD já está pronto para receber o novo volume de produção da fábrica mineira e, conforme a companhia, é fruto de uma revisão de malha logística, em vistas de melhor atender os clientes do varejo no País.
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