Golpe da falsa venda sobe 314% e lidera ranking nacional; saiba como evitar
O golpe da falsa venda foi a abordagem mais aplicada contra clientes de bancos ao longo do primeiro semestre deste ano, com 174 mil ocorrências, o que representa um aumento de 314% em relação aos seis primeiros meses de 2024 (42 mil). De acordo com levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a ação subiu da terceira para a primeira posição no ranking nacional nesse período.
Neste tipo de golpe, os criminosos criam páginas falsas que simulam e-commerce, enviam promoções inexistentes por e-mail, SMS e mensagens de WhatsApp e investem na criação de perfis falsos de lojas em redes sociais. O diretor-adjunto de serviços e segurança da Febraban, Walter Faria, alerta para a necessidade de estar sempre atento aos riscos.
“O produto ofertado está com o preço muito abaixo do que é vendido no comércio em geral? O vendedor está te pressionando para fechar logo uma compra dizendo que ela pode ficar indisponível? O e-commerce é recém-criado em rede social. A chance de ser um golpe é grande”, esclarece.
Para o especialista, é muito importante que as pessoas tenham muito cuidado com este tipo de golpe, principalmente, nesta época do ano, marcada pela chegada de datas muito importantes para o comércio, como a Black Friday e o Natal. O consumidor precisa tomar muito cuidado com links recebidos em e-mails e mensagens, além de sempre dar preferência aos sites mais conhecidos para realizar as compras.
Golpes da falsa central e do WhatsApp

A abordagem que aparece em seguida na lista é o golpe da falsa central telefônica, com 139 mil casos relatados e repassados pelas instituições associadas à entidade. Essa quantidade é 195,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 47 mil casos deste tipo.
Nesse caso, o fraudador entra em contato com a vítima se passando por funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima e orienta que realize transferências alegando a necessidade de regularizar problemas na conta ou no cartão.
Para não cair neste golpe, o cliente deve sempre verificar a origem das ligações e mensagens recebidas contendo solicitações de dados. Isso porque, os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, ou ainda que ele realize transferências ou pagamentos alegando estornos de transações.
Ao receber uma ligação suspeita, a Febraban aconselha que o cliente deva desligar, e de outro telefone, deve entrar em contato com os canais oficiais de seu banco.
Na terceira colocação ficou o golpe do WhatsApp, com 73 mil ocorrências, esse número é 9,9% abaixo do observado no primeiro semestre de 2024, quando essa abordagem liderava a lista com 81 mil ocorrências. Esse tipo de ação criminosa ocorre quando o golpista descobre o número do celular e o nome da vítima de quem pretende clonar a conta de WhatsApp, a partir daí ele tenta cadastrar a conta da vítima em seu aparelho.
Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) de algum site de vendas ou de uma empresa que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, afirmando se tratar de uma atualização, protocolo, manutenção ou confirmação de cadastro.
Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”. Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo aplicativo. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitadas em links recebidos.
O ranking de golpes mais aplicados no Brasil ao longo do primeiro semestre de 2025 inclui o golpe do falso investimento, phishing, falso boleto, troca de cartão, devolução de empréstimo, golpe da mão fantasma e golpe do delivery.
Investimentos em segurança

Walter Faria afirma que o setor bancário tem várias ações concretas e permanentes para a prevenção e o enfrentamento a ilícitos, fraudes, golpes e práticas que atentam contra a saúde financeira do cliente. Segundo ele, os bancos investem anualmente cerca de R$ 5 bilhões em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança.
“Entretanto, é essencial criar uma forte cultura de proteção de dados no Brasil e ações de conscientização são fundamentais para fomentar a educação digital em nosso País”, diz.
Os golpes mais aplicados contra clientes de bancos no Brasil:
- Falsa Venda (174 mil ocorrências);
- Falsa Central (139 mil ocorrências);
- Golpe do WhatsApp (73 mil ocorrências);
- Falso Investimento (21 mil ocorrências);
- Phishing (21 mil ocorrências);
- Falso Boleto (9 mil ocorrências);
- Troca de Cartão (8 mil ocorrências);
- Devolução de Empréstimos (4 mil ocorrências);
- Mão Fantasma (3 mil ocorrências);
- Golpe do Delivery (2 mil ocorrências).
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