Economia

Google é multada em US$ 5 bilhões na Europa

Bruxelas – Autoridades da União Europeia multaram o Google em 4,34 bilhões de euros (US$ 5 bilhões) ontem, por usar o sistema operacional Android para tirar rivais do mercado. A multa recorde é quase o dobro da penalidade de 2,4 bilhões de euros aplicada no ano passado contra a companhia norte-americana por causa de seu serviço de busca voltado para comércio eletrônico. A pena representa um pouco mais de duas semanas de receita da Alphabet, controladora do Google, e não deve pressionar as reservas de capital de US$ 102,9 bilhões da companhia, mas pode representar um novo capítulo na guerra comercial entre Estados Unidos e a UE. A comissária de defesa da concorrência da UE, Margrethe Vestager, negou que a disputa comercial tenha relação com a decisão da multa contra o Google. Ela disse gostar bastante dos Estados Unidos, rebatendo comentários do presidente norte-americano Donald Trump, de que ela “odeia” os EUA. “O fato é que isso não tem nada a ver como eu me sinto. Nada a ver. Estamos apenas aplicando a lei de defesa da concorrência, fazemos isso no mundo e não fazemos com base em contexto político”, afirmou a comissária. O Google afirmou que vai recorrer da multa. “Estamos preocupados que a decisão de hoje (ontem) abale o equilíbrio cuidadoso que atingimos com o Android, e que isso envie um sinal preocupante em favor de sistemas proprietários sobre plataformas abertas”, disse Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, em um blog. “O Android criou mais escolhas para todos, não menos. Um ecossistema vibrante, inovação rápida e preços menores são sinais clássicos de competição robusta”, disse a companhia em comunicado. Vestager também ordenou que o Google interrompa em 90 dias condutas anticompetitivas em acordos com fabricantes de celulares e operadoras de telecomunicações sob pena de enfrentar multas adicionais de até 5% da média de faturamento diário da Alphabet no mundo. “O Google tem usado o Android como um veículo para consolidar sua dominância em mecanismos de busca. Estas práticas impediram rivais de terem chance de inovar e competir. Eles negaram aos consumidores europeus os benefícios de uma competição efetiva no importante mercado de comunicação móvel”, disse Vestager. Questionada sobre se a divisão do Google resolveria o problema, uma sugestão feita por vários críticos do Google, ela disse que não tinha certeza se essa era a solução. “Eu não sei se isso serviria o propósito de mais competição… que serviria a competição é ter mais jogadores”, disse Vestager em entrevista coletiva. Sobre as preocupações de que o Google possa decidir cobrar pelo uso do Android, Vestager disse que a sua decisão não está relacionada à maneira como a empresa opera. “Este não é um julgamento de um modelo de negócios. Ainda há uma possibilidade de monetizar seu sistema operacional. A receita de sua loja de aplicativos é bastante substancial”, disse ela. A comissária negou o argumento do Google de que há competição com a Apple, ao afirmar que a criadora do iPhone não garante uma competição por causa dos preços elevados que cobra e dos custos de troca de plataforma incorridos pelos usuários. Market share – O Android, que opera cerca de 80% dos smartphones do mundo, segundo a empresa de pesquisa de mercado Strategy Analytics, é o caso mais importante de um trio de casos antitruste contra o Google. Alguns dos principais fabricantes de dispositivos Android, incluindo a Samsung Electronics Co, a Sony Corp e a Lenovo Group Ltd e a TCL Corp não quiseram comentar o caso da UE. (Reuters)

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