Governo publica 23 setores beneficiados por programa de depreciação acelerada; veja quais são

São Paulo – O governo federal publicou, nesta quinta-feira (12), a lista dos 23 setores da economia beneficiados pelo programa de depreciação acelerada, que tem como justificativa “modernizar o parque industrial brasileiro” por meio de investimentos privados.
Na primeira etapa do programa, o governo prevê R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, sendo R$ 1,7 bilhão em 2024 e a outra metade no ano que vem, conforme informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
A depreciação acelerada é um mecanismo que funciona como antecipação de receita para as empresas, afirmou o Mdic.
“Toda vez que adquire um bem de capital, o empresário pode abater seu valor nas declarações futuras de IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e de CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). Em condições normais, esse desconto é paulatino, feito em até 20 anos, conforme o bem vai se depreciando”, informou o ministério.
“Com a depreciação acelerada, o abatimento poderá ser feito em apenas duas etapas – 50% no primeiro ano, 50% no segundo”, afirmou a pasta.
Segundo o Mdic, estudos de bancos privados e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que o programa tem potencial para alavancar investimentos da ordem de R$ 20 bilhões, com reflexos no aumento do PIB e na geração de empregos.
Confira a lista dos beneficiados com a depreciação acelerada
Os setores beneficiados são:
- alimentos,
- artefatos de couro,
- artigos para viagem e calçados,
- produto têxteis,
- confecção de artigos de vestuário e acessórios,
- produtos de madeira,
- papel e celulose,
- impressão e reprodução de gravações,
- biocombustíveis produtos químicos (exceto beneficiados pelo Reiq),
- farmacêuticos,
- produtos de borracha e plástico,
- minerais não metálicos,
- metalurgia,
- produtos de metal,
- equipamentos de informática,
- eletrônicos e ópticos,
- aparelhos e materiais elétricos,
- máquinas e equipamentos,
- peças e acessórios para veículos,
- equipamentos de transporte (fabricação de trens, navios e aeronaves),
- construção de edifícios,
- móveis
- e obras de infraestrutura.
Há ainda uma categoria chamada “produtos diversos” que abrange itens como material de escritório, guarda-chuva, painéis, letreiros, joalheria, instrumentos musicais, artigos esportivos e “outros produtos considerados de produção residual”.
Segundo o MDIC, o programa foi criado com base em um sistema de cotas em que os recursos destinados a cada setor serão proporcionais ao tamanho das atividades na economia.
Para que setores maiores não sejam excessivamente beneficiados, os valores destinados a cada um deles não pode ultrapassar o limite de 12% do total do programa.
Reportagem distribuída pela Reuters
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