Grupo ACG planeja diversificar sua produção em Pouso Alegre

O Grupo ACG, especialista em soluções de fabricação integradas para a indústria farmacêutica, com fábrica em Pouso Alegre, no Sul do Estado, segue investindo e apostando em Minas Gerais. Além dos US$ 50 milhões que serão direcionados à expansão da capacidade produtiva da planta nos próximos anos, a empresa também avalia a possibilidade de transferir outras unidades de negócios para a região, bem como auxiliar o governo estadual na criação de um cinturão de fornecedores ao seu redor.
O DIÁRIO DO COMÉRCIO antecipou, em julho do ano passado, os planos da companhia para a expansão das operações no Estado. Operando no limite da capacidade produtiva, a empresa pretende dar um salto de 120% na produção até 2025. Com investimentos recentes, a planta funciona atualmente com dez linhas de produção de cápsulas para as áreas farmacêutica e nutracêutica e já alcançou a fabricação de 1,1 bilhão de cápsulas/mês.
Segundo o sales head do grupo, Raphael Sideris, há demanda suficiente para o aumento de produção e o planejamento do grupo é que os aportes sejam realizados em três fases entre 2023 e 2025, adicionando quatro máquinas para aumento da capacidade produtiva no primeiro trimestre de cada exercício. “Estamos operando no limite da capacidade e a expansão vai permitir atendermos a uma maior demanda do mercado doméstico e também vindas dos Estados Unidos e América Latina”, explica.
Os investimentos também vão permitir ao grupo dobrar o número de colaboradores na planta, que já é referência internacional em soluções e serviços para a indústria farmacêutica. Hoje, ao todo, são 350 empregos diretos e indiretos na unidade.
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Plano de investimentos
O plano de investimentos foi detalhado à comitiva formada pela equipe econômica do governo estadual, que está em missão na Índia. Além dos investimentos na ampliação da capacidade produtiva, executivos da empresa e a delegação mineira conversaram sobre incentivos para a criação de um cinturão de fornecedores em Pouso Alegre e a interlocução junto a empresas indianas de outras áreas que queiram expandir seus negócios para a América do Sul, de maneira que escolham Minas como destino.
A missão, composta pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e pelo diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Invest Minas), João Paulo Braga, além de técnicos dos dois órgãos, foi recebida pelo presidente do Conselho de Administração da ACG, Ajit Singh, e pelo CEO, Karan Singh, que avaliaram de forma bastante positiva o desempenho da unidade da empresa em Pouso Alegre e a parceria com os mineiros.
“Eles manifestaram a enorme satisfação com o Estado e o município. A fábrica é a maior de cápsulas de medicamentos da América Latina, uma das mais produtivas do mundo e, como consequência dessa satisfação e da expansão dos negócios da empresa, anunciaram planos ousados de expansão em Minas Gerais. Também discutimos outras oportunidades de parcerias, no sentido de atração de empresas para Minas, como fornecedores da própria ACG e a criação de cinturão no entorno da fábrica e clientes e parceiros que possam se interessar por se instalar em terras mineiras”, conta o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga.
Braga diz que a agência já está conversando com um dos fornecedores que poderá instalar um centro de distribuição (CD) na cidade e que a interlocução do grupo como uma espécie de embaixador do Estado poderá aproximar as relações com empresas indianas de outras áreas.
Grupo é destaque no fornecimento de soluções
Fundado em 1964 e operando no Brasil há 20 anos, o Grupo ACG é o único fornecedor mundial de soluções de fabricação integradas para a indústria farmacêutica. Conta com uma unidade fabril em Cotia (SP), a ACG Films & Foils, que oferece soluções em embalagens para as indústrias farmacêutica, alimentícia & FMCG (Fast-Moving Consumer Goods), e outra em Pouso Alegre, focada na fabricação de cápsulas para as áreas farmacêutica e nutracêutica.
Neste sentido, o sales head do grupo, Raphael Sideris, revela que a partir da possibilidade da concessão de novos incentivos por parte do governo estadual, a empresa avalia a instalação de outras operações em Minas Gerais. “A ACG não se resume apenas à planta de cápsulas. Temos a unidade ACG Films & Foils em Cotia, que poderá ser transferida para Pouso Alegre, e a divisão de engenharia, que também poderá ter uma operação na cidade, bem como a parte de inspeção. Tudo a partir dos incentivos concedidos também a outras unidades de negócios do grupo”, explica.
Vale dizer que, no Brasil, a multinacional atua na área de cápsulas, filmes, engenharia e inspeção. Conforme já publicado, a unidade mineira conta com tecnologia indiana e inteligência de mercado brasileira e é destinada à fabricação de cápsulas para os segmentos farmacêutico, nutracêutico e alimentício, sendo a única empresa do mercado nacional que produz cápsulas duras para preenchimento líquido.
Tamanha expertise permitiu um crescimento três vezes maior do que o inicialmente projetado pela empresa em 2021 sobre 2020. Já para este exercício, de acordo com o executivo, é aguardado um incremento de 30%.
Setor registra recuo generalizado em confiança
São Paulo – A confiança da indústria caiu em 22 dos 29 setores em março, informou ontem a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), na comparação com o mês de fevereiro, teve como motivo principal a piora na percepção do empresariado do momento atual da economia e do setor industrial. Apesar da queda, o índice de todos os setores permaneceu acima da marca de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. As informações são da Agência Brasil.
O maior recuo da confiança ocorreu na indústria de transformação, no segmento de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. O Icei do setor passou de 58,7 pontos em fevereiro para 53,3 pontos em março.
Além desse segmento, outras reduções expressivas de confiança foram registradas, entre fevereiro e março, nos segmentos automotivo (59,8 pontos para 55,8 pontos), metalurgia (57,5 pontos para 53,8 pontos), biocombustíveis (59,3 pontos para 55,9 pontos) e produtos de metal (59,9 pontos para 56,5 pontos).
O levantamento apontou ainda que, em março, os setores menos confiantes foram o de obras de infraestrutura e móveis, ambos com o Icei ficando em 52,6 pontos; produtos têxteis (53); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (53,3); e produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (HPPC), cujo Icei ficou em 53,4 pontos.
Já os setores cuja confiança se mostrou mais forte foram o de produtos diversos, cujo Icei ficou em 60,7 pontos; calçados e suas partes (58,8); produtos farmoquímicos e farmacêuticos 58,8; confecção de artigos do vestuário e acessórios (58,2); e produtos de madeira (58,1).
A CNI disse ainda que apenas seis de 29 setores avaliam positivamente as condições atuais das empresas e da economia brasileira na comparação com os últimos seis meses: couro, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transportes, produtos diversos e biocombustíveis.
Para os próximos seis meses, a confederação disse que as expectativas permanecem otimistas para os 29 setores analisados. (Folhapress)
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