Grupo MTR investe em nova fábrica em Juiz de Fora para atender usinas de grande porte

O Grupo MTR pretende dobrar a produção de estruturas e equipamentos até 2025 com uma terceira fábrica em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. A produção atual é de 1,5GW em equipamentos solares comercializados e a previsão é de gerar 3GW em negócios com os equipamentos, assim que a produção for duplicada. A empresa é um dos maiores distribuidores e fabricantes de equipamentos para usinas de solo para Geração Distribuída (GD) de energia solar do País.
Com a implantação dessa nova planta, a MTR também tem como meta entrar no mercado de usinas de grande porte até 2025 e, para alcançar esse objetivo, está investindo R$ 50 milhões na nova unidade fabril que deverá fomentar os planos da empresa. Do montante do aporte, R$ 30 milhões já foram destinados para a aquisição do terreno no Distrito Industrial de Juiz de Fora, e os outros R$ 20 milhões serão aplicados na aquisição de equipamentos e montagem da infraestrutura para funcionamento da nova unidade fabril.
De acordo com o CEO do Grupo MTR, Maurício Barros, o contrato de compra do terreno foi assinado em abril. “As obras de adequação para a operação da MTR em Juiz de Fora já iniciaram e a previsão de término da fábrica é no segundo semestre deste ano. A previsão de funcionamento da nova fábrica e do complexo fabril é no segundo semestre deste ano, assim que a obra for concluída. Vamos produzir equipamentos como tracker e estruturas fixas para usinas solares”, projetou.
A unidade terá como foco as estruturas, automação e skid para usinas de solo. Também será criado um complexo fabril e de estoque voltado para o mercado de energia solar e, com esse empreendimento, a expectativa é de gerar 400 novos postos de trabalho na região. “Esperamos dobrar a capacidade de fabricação de 5MW diários para 10MW de equipamentos e estruturas com a nossa nova planta e, com isso, esperamos ultrapassar a marca de 3GW em equipamentos solares comercializados até o final de 2025”, afirmou Barros.
Ainda segundo o executivo, a expansão da produção trará benefícios econômicos para a região, gerando empregos e movimentando a economia local. “Estamos confiantes de que essa iniciativa contribuirá não apenas para o crescimento da empresa, mas também para o desenvolvimento sustentável do setor de energia solar no Brasil”, avaliou.
O Grupo MTR tem como meta para este ano comercializar algo em torno de 2GW em equipamentos e já alcançou cerca de 40% ainda no primeiro quadrimestre de 2024. Foram vendidos 800MW, sendo 600MW de tracker solar e 200MW de estruturas fixas. O tracker é produzido pela MTR-Arcol que também se dedica à fabricação de estrutura fixa utilizados nas usinas de solo, garantindo segurança e rentabilidade aos projetos.
Segundo o executivo, com a regulamentação do mercado de energia solar mais flexível e acessível para investir, foi possível focar agora nas usinas de Geração Distribuída. “Onde antes não teríamos certeza de um retorno garantido, hoje já enxergamos que o investimento pode ter um retorno mais rentável e em menos tempo”, afirmou.
Fábrica em Juiz de Fora ampliará mercado
No momento, o foco da MTR é o mercado interno e os executivos estão estudando possibilidades para incrementar a atuação no mercado externo, principalmente, o mercado latino-americano onde já realizam alguns negócios. “O mercado interno representa 90% dos negócios, principalmente, com São Paulo, Minas, Mato Grosso e Rio de Janeiro. O mercado externo, que hoje representa 10% da nossa demanda geral e estamos com projeções de chegar a 30% no próximo ano. Os principais destinos são Colômbia e Chile”, destacou.
De acordo com Barros, o Brasil ainda é um dos países que tem incentivado a produção de energia limpa. “Neste momento, como a regulamentação e incentivos dos governos em outros países ainda não está no nível que temos no Brasil, não enxergamos ainda uma perspectiva de investimento alto para o mercado externo”, ponderou.
A maior novidade que a MTR trouxe esse ano foi a “Plataforma de Gerenciamento e Monitoramento” de usinas fotovoltaicas, desenvolvida pela TECSCI, divisão de Inteligência Artificial (IA) da MTR também localizada em Juiz de Fora, focada em automação.
O foco do novo sistema é o aumento de geração de energia, através da aplicação da IA identificando falhas no menor tempo possível e apontando para a equipe a ação corretiva necessária e com isso aumentando o tempo de disponibilidade da planta. O sistema de monitoramento e gerenciamento de usina engloba todos os equipamentos que tenham suporte de comunicação via MODBUS TCP/IP, coletando informações, analisando histórico, prevendo dados futuros e alertando falhas dos equipamentos em tempo real, diminuindo o tempo de inatividade da usina.
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