Hidrogênio verde vira alternativa no Estado

Minas Gerais tem grande potencial para avançar na oferta de energia limpa e renovável. Além da energia solar, o Estado quer estimular e estruturar a produção do hidrogênio verde. Fonte limpa de energia, o produto é visto como uma alternativa  para a redução dos custos, maior eficiência e segurança energética, uma vez que  pode ser armazenado e utilizado para o abastecimento em períodos de alta demanda.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que esteve na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), ontem, conversou com os industriais – a portas fechadas – sobre a “Descarbonização e o futuro do hidrogênio verde”.

Após o evento, Leite explicou que foram bastante discutidas questões sobre tecnologias e como a indústria e o governo de Minas Gerais estão à frente incentivando as energias renováveis.

“Em Minas Gerais, 850 municípios têm energia solar, isso é bastante importante mostrando que o Estado tem uma possibilidade de aproveitar esse momento – que o mundo vive uma crise energética – para mostrar que tem soluções de energias baratas e renováveis. É um Estado verde, é um Estado que faz uma atividade sustentável com uma das melhores pegadas de carbono do mundo. Eu acho que foi importantíssimo a vinda aqui para ver que a indústria do Estado tem capacidade de atrair investimentos na direção da busca de energia barata e verde no mundo”.

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Ainda segundo Leite, o mundo vive uma crise energética que tem impulsionado os preços.

“Na Europa o preço da energia bateu 1.000 euros o megawatt. Aqui você consegue comprar energia para projetos de energia 100% renovável abaixo de US$ 40, US$ 50. Eu acho que isso é um diferencial”.

Em relação ao hidrogênio verde, o ministro do Meio Ambiente destacou que o principal desafio para a produção é a tecnologia. Segundo ele, o hidrogênio verde tem que estar a 700 bar de pressão para ser estocado em 250º negativo de temperatura.

“Você tem um desafio tecnológico e o Estado tem tecnologia para se desenvolver nessa direção. O mundo está buscando essa solução. Essas soluções que vão passar pela ferroviária, você vai ter trens a hidrogênio e você vai ter veículos pesados de longa distância com capacidade de autonomia de mais de 1.500 km utilizando hidrogênio, você pode transformar o etanol em hidrogênio. Gostei de ver que todas essas tecnologias estão acontecendo aqui em Minas. É preciso aproveitar essas oportunidades e atrair investimentos para novas empresas, com mais tecnologias e trazer todas essas rotas. Acho que o Brasil é um país de todas as rotas especialmente eólica, solar e biomassa e tudo você tem aqui em Minas Gerais”.

Aplicação na indústria

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, explicou que as indústrias já estão muito voltadas para essa nova tendência, que é o hidrogênio verde. 

“Já temos algumas indústrias siderúrgicas que utilizam hidrogênio no seu processo produtivo, não necessariamente, o verde. Agora, o que a gente busca fazer é a rota tecnológica para difundir essa tecnologia do hidrogênio. Ele permite o transporte de energia e pode ser um produto a ser exportado também pelo Brasil”.

Ainda segundo Roscoe, quando houver a geração de energia limpa e a mesma for convertida em hidrogênio verde, será mais fácil de transportar a longas distâncias sem necessidade, por exemplo, de linhas de transmissão.

“O hidrogênio verde poderá ser transportado, ele vai abrir essa nova possibilidade do Brasil ser um exportador de energia e energia renovável”.

Outra vantagem do hidrogênio verde é possibilitar a utilização pelas indústrias que estão localizadas longe de uma redistribuição. Estas indústrias poderão, segundo Roscoe, montar  suas próprias usinas.

“São inúmeras as possibilidades de utilização do hidrogênio verde pela indústria, mas também pelo Brasil. A gente acredita nesse potencial e a tecnologia deve evoluir muito. O custo deve reduzir e o hidrogênio verde vai ser, com certeza, a nova fronteira da energia renovável”, disse Roscoe. 

DC Responde