Ibovespa fecha semana com tombo de 6%
São Paulo – A semana terminou com fortes quedas na bolsa paulista, na sexta-feira (10), pressionada pela maior aversão ao risco no mercado global, em meio a uma bateria de notícias corporativas que incluíram explosão em uma usina da Usiminas e prejuízo bilionário da BRF, além de permanentes receios sobre o panorama eleitoral. O Ibovespa fechou em baixa de 2,86%, a 76.514,35 pontos, maior queda percentual diária desde o final de maio. O volume financeiro somou R$ 12,3 bilhões, acima da média diária do ano, de R$ 11,5 bilhões. Na semana, em que todos os pregões encerraram em baixa, o Ibovespa acumulou queda de 6%, quebrando uma sequência de seis semanas de alta, período em que contabilizou elevação de cerca de 15%. Os mercados globais foram minados na sessão pelo tombo da lira turca, reflexo do aprofundamento da crise na Turquia, em meio a problemas econômicos e disputa com os Estados Unidos envolvendo sanções, movimento que gerou temores de contágio a outras economias. Em Wall Street, o S&P 500 encerrou em baixa de 0,7%, com bancos entre as maiores pressões negativas, embora tenha se afastado das mínimas no final da sessão. Na visão do gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância, o efeito de contaminação da aversão ao risco com emergentes, em razão principalmente da Turquia, foi acentuado no Brasil devido a incertezas locais, particularmente as eleições, além de alguns resultados corporativos fracos. “Pode estar ocorrendo redução de risco em ativos como contratos de juros futuros, como ocorreu em junho”, afirmou. Do panorama eleitoral, pesquisa encomendada pela XP Investimentos mostrou pouca mudança no panorama da corrida presidencial, com Jair Bolsonaro, do PSL, ainda liderando as intenções de votos no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas um elevado percentual de indecisos. De acordo com o gestor Marco Tulli, da mesa de operações da Bovespa da Coinvalores, o desempenho ainda fraco de Geraldo Alckmin, do PSDB, não agradou. Dólar – Já a moeda norte-americana deu um salto de 1,6%, na sexta-feira, e fechou no maior nível ante o real desde meados de julho, influenciada pela forte aversão ao risco nos mercados internacionais por conta de preocupações com a situação da Turquia. O dólar avançou 1,59%, a R$ 3,8640 na venda, maior nível desde os R$ 3,8650 de 16 de julho. Na máxima, a moeda foi a R$ 3,8753. Com o aumento na sessão, registrou valorização de 4,23% na semana, apagando quase que totalmente o recuo de 4,39% acumulado nas cinco semanas anteriores. O dólar futuro avançava cerca de 1,65%. “O movimento da lira turca preocupa praticamente a todos”, escreveu a corretora H.Commcor em relatório. “Os investidores (estão) acionando o ‘modo pânico, em meio à preocupação com a solvência daquele mercado”, acrescentou.
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