Economia

Imóveis em BH valorizam 11% e vendas têm melhor resultado em quatro anos

Capital mineira comercializou mais de 22,4 mil unidades até outubro, com alta de 2% e valorização média de 11%, aponta CMI/Secovi-MG
Imóveis em BH valorizam 11% e vendas têm melhor resultado em quatro anos
Foto: Diário do Comércio / Leonardo Morais

Apesar dos desafios econômicos, o mercado de imóveis em Belo Horizonte deve encerrar 2025 com o melhor resultado de vendas em quatro anos. De janeiro a outubro, a capital mineira comercializou 22.415 unidades nos segmentos residencial, comercial e de loteamentos. O resultado representa um incremento de 2% frente ao mesmo período do ano passado, com o maior volume de vendas desde 2021, quando atingiu 27.366 unidades.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (19) pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). Imóveis como apartamentos e casas registraram valorização média de 11% em relação a 2024, com o preço médio saltando de R$ 636,7 mil para R$ 708,5 mil.

No acumulado do ano até outubro, 79,3% das unidades vendidas foram apartamentos, o que reforça a relevância da categoria para o setor na capital. Em seguida, vieram casas (12,5%), salas comerciais (4,4%), lojas (3,2%) e galpões (0,6%).

Ritmo de transações imobiliárias acelera em BH

A especialista em Inteligência de Mercado da CMI/Secovi, Gisele Pereira, que conduziu a apresentação dos números, avalia que 2025 deve fechar com resultado superior em transações imobiliárias, como reflexo da manutenção do ritmo de vendas e do crescimento em alguns segmentos.

“O ano de 2024 foi muito positivo. Em 2025, a partir do desempenho das transações imobiliárias, tudo indica que Belo Horizonte fechará o ano em um patamar ainda superior, reforçando uma linha de crescimento consistente dos últimos anos”, diz.

Bairros como Lourdes e Funcionários, na região Centro-Sul, e Gutierrez, na região Oeste, totalizaram juntos, em outubro, um Valor Geral de Vendas (VGV) que ultrapassa R$ 70 bilhões, liderando a lista. Em seguida, Anchieta, Buritis, Savassi, Sion, Serra, Santo Antônio, Cidade Nova, Santo Agostinho, Santa Lúcia, Palmares, Belvedere e Ouro Preto completam a relação dos bairros da Capital, que somaram juntos 620 unidades vendidas no mês.

No recorte regional, uma a cada quatro vendas de imóveis em Belo Horizonte neste ano foi concretizada na região Centro-Sul (25,1%). A região Oeste aparece na segunda posição, com 18,8% das comercializações, seguida pela Pampulha (14,9%) e pelo Nordeste (9,7%).

Segundo Gisele Pereira, o crescimento está diretamente atrelado às áreas onde a legislação permite a verticalização. “Comparando com anos anteriores, a região Centro-Sul perdeu participação, enquanto o Oeste ganhou peso de forma significativa. Já o vetor Norte teve redução de cerca de 50% no número de unidades vendidas”, observa.

Mercado deve continuar aquecido no próximo ano

Até o fim do ano, o setor espera números ainda mais elevados, com expectativa de encerrar o último trimestre com um dos melhores volumes de vendas do ano.

“Naturalmente, o mercado imobiliário tem um volume muito importante nesse período. As pessoas estão com maior disponibilidade financeira e, com isso, concretizam a compra da unidade. É uma época em que, historicamente, temos volume elevado de vendas”, afirma a especialista.

Quanto a 2026, o setor projeta a manutenção do crescimento das vendas, com possibilidade de avanços em determinados períodos do ano. A estabilidade é justificada pelo alto número de feriados prolongados no próximo ano, além de eventos relevantes, como Copa do Mundo e eleições.

“São eventos que devem impactar o prazo de licenciamento e aprovação. Mesmo assim, projetamos um mercado aquecido, especialmente de revenda, que deve reduzir ainda mais o estoque de imóveis em Belo Horizonte”, acrescenta.

Apesar da alta taxa de juros, a intenção de compra das famílias, a maior entre as registradas nos últimos cinco anos, também eleva as expectativas do setor. “A redução da taxa de desemprego e o aumento da percepção de estabilidade, impulsionados pela previsibilidade da renda, fazem com que os brasileiros tirem do papel o sonho da casa própria”, finaliza Gisele Pereira.

Preço médio de apartamentos em Belo Horizonte (maiores valores)

  1. Funcionários: R$ 2 milhões
  2. Belvedere: R$ 1,9 milhão
  3. Lourdes: R$ 1,84 milhão
  4. Anchieta: R$ 1,82 milhão
  5. Santa Lucia: R$ 1,57 milhão
  6. Savassi: R$ 1,29 milhão
  7. Sion: R$ 1,24 milhão
  8. São Pedro: R$ 1,2 milhão

Preço médio de apartamentos em Belo Horizonte (menores valores)

  1. Ribeiro de Abreu: R$ 146,3 mil
  2. Distrito Industrial do Jatobá: R$ 149,2 mil
  3. Solar do Barreiro: R$ 160,6 mil
  4. Vitória: R$ 161,7 mil
  5. Som Silvério: R$ 163,3 mil
  6. Conjunto Califórnia II: R$ 164 mil
  7. Bonsucesso: R$ 170 mil
  8. Europa: R$ 174,4 mil
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