Inadimplência de aluguel chega a 3,82% em Minas, acima da média nacional
O mercado imobiliário de Minas Gerais finaliza 2025 com um sinal de alerta quanto ao endividamento das famílias que vivem de aluguel. Em novembro, a taxa de inadimplência da categoria voltou a crescer e atingiu 3,82%, com variação de 0,52 ponto percentual frente a outubro.
Os dados fazem parte do Índice de Inadimplência Locatícia do Grupo Superlógica, que também coloca o Estado acima da média nacional, que somou 3,69% no período. Na comparação com novembro do ano passado, o salto foi ainda mais considerável, já que o atraso na época atingiu 2,40%.
De acordo com o diretor de Negócios para Imobiliárias do Grupo Superlógica, Manoel Gonçalves, Minas Gerais retorna a um aumento acentuado na inadimplência do aluguel após dois meses em patamares de 3,3%. Ele avalia que os atrasos podem ser reflexo de uma maior pressão na economia familiar, marcada por elevados juros e aumento na inflação na maior parte do ano.
“Isso impacta diretamente a capacidade de manter compromissos financeiros, como o aluguel. Por isso, é fundamental monitorar as projeções para inflação e juros, pois qualquer elevação pode agravar ainda mais essa situação e aumentar o endividamento familiar nos próximos meses”, avalia o diretor.
Quanto ao tipo do imóvel, o levantamento aponta que, na região Sudeste, a taxa de inadimplência de apartamentos se manteve estável em novembro, somando 2,40%, enquanto os atrasos no aluguel de casas subiram de 3,60% para 3,83%. Em contrapartida, os imóveis comerciais registraram queda, saindo de 5,07% no mês anterior para 4,78%, embora permaneçam elevados frente às outras categorias.
Segundo o levantamento, a inadimplência segue maior nas faixas extremas de aluguel. Imóveis com locação de até R$ 1 mil e acima de R$ 13 mil registraram taxas de 6,26% e 6,37% respectivamente, um movimento que se repetiu ao longo do ano.
Para Gonçalves, nessas faixas de imóveis, os dados mostram diferentes desafios financeiros dos locatários, enquanto nas faixas intermediárias, os dados seguem mais estáveis ao longo dos meses, girando em torno de 1,95%.
“Podem ser indícios de um equilíbrio maior entre a renda dos locatários e o valor dos aluguéis, tanto no mercado residencial quanto comercial”, avalia Gonçalves.
Nordeste e Norte lideram inadimplência do aluguel no País
No recorte regional, em novembro, a região Nordeste segue liderando em inadimplência, com taxas que chegam a 5,23%, mesmo com uma queda considerável de 1,61 ponto percentual frente aos 6,84% de outubro. Também expressiva, a região Norte teve leve aumento entre os meses, de 0,04 ponto percentual, mantendo-se no segundo lugar com 4,45%,
Em seguida, aparecem, o Centro-Oeste com uma redução de 0,07 ponto percentual e segue na terceira posição, com 3,38%, enquanto o Sudeste apresenta taxa de 3,4%, o mesmo valor de outubro.
Por outro lado, a menor inadimplência do País está concentrada na região Sul com 2,96%. O índice apresenta um leve aumento de 0,04 ponto percentual entre outubro e novembro.
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