Indicação de Campos Neto é aprovada no Senado Federal
Brasília – O Senado aprovou ontem a indicação de Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central (BC). A aprovação de deu por 55 votos favoráveis e 6 contrários. Além disso, os parlamentares também deram o aval para novos diretores da autoridade monetária.
Bruno Serra Fernandes recebeu o aval do Senado para ocupar a diretoria de Política Monetária do BC, por 51 votos a 3. João Manoel Pinho de Mello teve o nome aprovado por 53 votos a 3 para a diretoria de Organização do Sistema Financeiro do BC.
Indicado à presidência do Banco Central pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista Roberto Campos Neto sinalizou em sua primeira fala pública que deve manter a atual postura do BC na condução da política monetária ao pontuar que cautela, serenidade e perseverança são valores que devem ser preservados.
Em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que aprovou seu nome por unanimidade, ele fez enfática defesa das reformas e da menor presença no Estado na economia.
Em outra frente, apontou que o BC deve estar preparado para um sistema financeiro do futuro, marcado por tecnologias como blockchain, inteligência artificial, identidade digital, pagamentos instantâneos e open banking, que estão, na sua visão, “alterando completamente” os modelos de negócios e serviços financeiros.
Segundo Campos Neto, é preciso avançar em mudanças que permitam o desenvolvimento do mercado de capitais, democratizando e garantindo o acesso a firmas e investidores, brasileiros e estrangeiros.
Sobre a política monetária, ele avaliou que o trabalho realizado pelo BC desde meados de 2016 foi “excelente”, sendo bem-sucedido ao reduzir a inflação e balizar as expectativas.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Esse trabalho só foi possível, a meu ver, com o reforço da credibilidade institucional, que se encontrava abalada pelos resultados negativos colhidos em 2015 e em parte de 2016”, disse.
“Esse reforço se baseou na transparência, na cautela, na serenidade e na perseverança da condução da política monetária, valores que devem ser preservados e aprimorados no que for possível”, completou.
A mensagem de cautela, serenidade e perseverança vinha sendo utilizada pela atual gestão do BC, comandada por Ilan Goldfajn, para sinalizar que só a lenta atividade econômica e a inflação bem comportada não eram suficientes para abrir espaço para eventual queda da taxa básica de juros, estacionada há quase um ano em 6,5% ao ano.
Como pano de fundo para essa leitura, o BC vinha citando maior peso em seu balanço de riscos nos fatores que podem pressionar a inflação para cima: eventual frustração sobre a continuidade das reformas econômicas no Brasil e deterioração do cenário externo para economias emergentes.
Campos Neto afirmou que o País precisa avançar na estratégia dos ajustes e reformas, em particular, mas não apenas, na reforma da Previdência, para que possa colocar o balanço do setor público em trajetória sustentável.
Ouça a rádio de Minas