Vendas do comércio de Minas Gerais crescem 0,3% em julho

As vendas do comércio varejista cresceram 0,3% em Minas Gerais em julho deste ano na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS), divulgado nesta segunda-feira (11), pela empresa de tecnologia financeira Stone. No mesmo período, o IVS cresceu 2,4% no Brasil.
Já na análise anual, tanto o cenário regional mineiro quanto nacional foi de queda. Veja abaixo:
- IVS Minas Gerais
- Anual (julho de 2025 x julho de 2024): queda de 0,8%
- Mensal (julho de 2025 x junho de 2025): alta de 0,3%
- IVS Brasil
- Anual (julho de 2025 x julho de 2024): queda de 1,1%
- Mensal (julho de 2025 x junho de 2025): alta de 2,4%
Retração de 0,8% no ano em Minas é reflexo de endividamento e crédito mais caro
Sobre a retração de 0,8% na análise entre julho deste ano com julho de 2024 em Minas, o economista e pesquisador da Stone, Guilherme Freitas, avalia que o resultado reforça o cenário de “oscilação e cautela no consumo”, sobretudo em contexto de alto endividamento das famílias e de alto custo do crédito.
“Mesmo com a inflação mais controlada e o mercado de trabalho aquecido, os consumidores mineiros permanecem pressionados, o que limita o espaço para uma retomada mais consistente das vendas”, afirmou o especialista.
Segundo ele, a expectativa é de que o varejo mineiro continue alternando entre altas e quedas nos próximos meses.
“O cenário econômico nacional tende a seguir moderado, e, em Minas, fatores como o desempenho da indústria e a dinâmica do setor de serviços – bastante afetado pela inflação nos últimos meses – devem seguir influenciando o ritmo do consumo. Ainda há potencial para pontos de recuperação pontual, mas eles vão depender diretamente da evolução da renda real e da melhora nas condições de crédito para as famílias”, completou.
No País, só nove estados tiveram crescimento varejista no ano
No comparativo anual do Índice do Varejo Stone (IVS), somente nove unidades federativas apresentaram crescimento no comércio varejista. Veja as subidas e baixas:
Estados com crescimento:
- Acre (6,5%);
- Tocantins (6,4%);
- Mato Grosso (4,2%);
- Amapá (3%);
- Roraima (2,2%);
- Pará (0,9%);
- Paraíba (0,7%);
- Rondônia (0,6%);
- São Paulo (0,2%).
Estados com retração:
- Rio Grande do Sul (7%);
- Amazonas (4%);
- Rio Grande do Norte (3,7%);
- Maranhão (3%);
- Mato Grosso do Sul (2,7%);
- Santa Catarina (2,5%);
- Paraná (1,6%);
- Bahia (1,5%);
- Alagoas, Sergipe e Rio de Janeiro (1,4%);
- Ceará e Distrito Federal (1,2%);
- Pernambuco e Goiás (0,9%);
- Minas Gerais (0,8%);
- Piauí (0,4%);
- Espírito Santo (0,2%).
Situação em julho é de recuperação parcial, sustentada pelo consumo
Ainda segundo o economista da Stone, Guilherme Freitas, o crescimento das vendas em julho indica uma recuperação parcial da atividade varejista, influenciada pela “resiliência do mercado de trabalho, que continua sustentando o consumo”.
“Ainda assim, é importante destacar que o nível de atividade do comércio permanece abaixo do observado em 2024, o que reforça o cenário de desaceleração da economia. A inflação segue dando sinais de acomodação, mas essa moderação parece estar mais relacionada à perda de fôlego da atividade econômica do que a uma melhora estrutural nos preços”, declarou Freitas.
Conforme o especialista, o dado positivo deste mês é relevante, mas ainda “insuficiente para reverter a tendência de desaceleração que temos acompanhado ao longo do ano”.
“Será preciso observar os próximos meses para avaliar se estamos diante de uma inflexão consistente, com o início de um período de crescimento mais forte do varejo, ou apenas de uma oscilação pontual”, encerrou.
IVS também mapeou situação do comércio digital e de oito segmentos
O comércio digital registrou queda de 6,8% no Índice do Varejo Stone (IVS), enquanto o comércio físico cresceu 0,7% em julho na comparação com o mês anterior. Na análise anual, o digital também apresentou retração (18%), enquanto o físico teve recuo de 1,1%.
Além dessa diferenciação, o IVS avaliou a situação de oito segmentos comerciais (julho de 2025 x junho de 2025). Deles, cinco apresentaram crescimento em julho. Veja os dados (mensal):
- Material de construção: 3,8%
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: 1,2%
- Artigos Farmacêuticos: 1,1%
- Combustíveis e Lubrificantes: 0,8%
- Tecidos, Vestuário e Calçados: 0,7%
Já os seguintes setores apresentaram queda (mensal):
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria: -3,6%
- Móveis e Eletrodomésticos: -0,2%
O segmento de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo apresentou estabilidade no mês, com variação de 0,0%.
Por fim, no comparativo anual (julho de 2025 x julho de 2024), o setor de Combustíveis e Lubrificantes foi o único que obteve crescimento entre os segmentos analisados, com alta de 1%.
Veja os resultados negativos (anual):
- Móveis e Eletrodomésticos: -8%
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: -3,1%
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria: -2,4%
- Material de Construção: -1,5%
- Tecidos, Vestuário e Calçados: -1%
- Artigos Farmacêuticos: -0,2%
- Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo: -0,1%
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