Economia

Indústria de joias busca retomada em MG

Indústria de joias busca retomada em MG
Para Bernardes, setor precisa diversificar atendimento | Crédito: Elias Gomes Fotografia

A indústria de joias e bijuterias de Minas Gerais vai encerrar o ano com perdas. O fechamento prolongado das lojas para conter o avanço da pandemia, aliado à crise econômica prejudicaram as vendas. Mesmo com dificuldades, o setor está se preparando para reerguer, buscando por capacitações e diversificação das formas de atendimento. Para 2021, as expectativas são de um ano melhor que 2020. A possibilidade de vacinação contra a Covid-19 e a retomada econômica serão fundamentais para um melhor desempenho.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Manoel Bernardes, a entidade não calcula o índice de queda registrado nas vendas estaduais do segmento, mas o impacto foi forte.

“Este ano foi particularmente difícil para o nosso setor. Várias razões afetaram o desempenho. Ficamos com as lojas fechadas por muito tempo, talvez pelo maior período no País. Além disso, existe uma maior dificuldade de vender as joias pelo comércio eletrônico. O consumidor não tem o hábito e também pelo maior valor agregado, o que dificulta a migração rápida das vendas físicas para as digitais”.

Ainda segundo Bernardes, o ouro, por ser um ativo de proteção de investimentos em períodos de crises, como a sanitária e econômica provocada pela pandemia de Covid-19, ficou muito valorizado. A alta nos preços elevou os custos e encareceu o produto final, inibindo o consumo.

“A alta no preço do ouro associada à desvalorização acelerada do real frente ao dólar interferiu no custo das matérias-primas, o que gerou um aumento no valor final dos produtos, impactando de forma negativa a venda. A retomada vem acontecendo, mas as incertezas fazem com que os consumidores priorizem os bens duráveis e de primeira necessidade. Nosso setor é o primeiro a sentir os impactos de uma crise e o último a se recuperar”.

Outro fator que limitou as negociações foram as feiras de joias, que foram canceladas em todo o mundo. Mesmo com as dificuldades, Bernardes explica que o Sindijoias-MG, junto à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), tem feito diversas ações para ajudar e orientar os empresários do setor.

“Estamos trabalhando duro e nos dedicando para que 2021 seja um ano voltado para a capacitação financeira dos empresários. Também vamos discutir os mercados. Estamos elaborando planos e projetos para ajudar as empresas a superarem as dificuldades”.

Tendências – Para 2021, a estimativa é de um ano melhor. A possibilidade de controle da pandemia com a vacinação pode favorecer as vendas e a volta das feiras. Além disso, também há uma expectativa de recuperação da economia mundial.

Em relação aos custos, o preço do ouro tende a cair, uma vez que outras formas de investimentos voltarão a se tornar mais seguras, caso a pandemia seja controlada. “A volta do setor tem que ser baseada em uma reestruturação da gestão, aumento da digitalização e na busca por canais alternativos de vendas. Sem esses três pontos, será difícil encontrar lugar em um mundo mais restrito e competitivo”, disse.

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