Indústria de Minas Gerais tem segunda maior expansão para fevereiro

Em fevereiro, o faturamento da indústria geral de Minas Gerais, composta pela indústria de transformação e pela extrativa, registrou crescimento de 9,6% ante janeiro, impulsionado pelo aumento de pedidos em carteira. O avanço representa o segundo maior registro para o mês de fevereiro desde 2003, quando a série histórica teve início.
Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
As horas trabalhadas na produção também apresentaram alta em fevereiro, da ordem de 1,6%, justificada pela maior concentração de funcionários em férias no mês anterior. E a utilização da capacidade instalada da indústria de Minas Gerais também cresceu, em decorrência do incremento no segmento de transformação.
De acordo com a economista da Fiemg, Ellen Araújo, os dois primeiros meses do ano comprovam que a indústria vem apresentado uma boa performance em 2024. “O crescimento está sendo ancorado pela redução na taxa de juros, perceptível no mercado de crédito; desaceleração na inflação; mercado aquecido e os benefícios sociais em vigor, que contribuíram para elevar a renda das famílias e, consequentemente, fomentar o consumo”, afirmou.
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Com relação ao mercado de trabalho, a massa salarial avançou 2,3% em fevereiro, devido ao pagamento de participações nos lucros e resultados – o que também contribuiu para elevar em 1,8% o rendimento médio real da indústria. O emprego, por sua vez, ficou praticamente estável em relação a janeiro.
Indústria de Minas Gerais está otimista
Nesse contexto, as perspectivas para os próximos meses são favoráveis. O reajuste do salário mínimo, os gastos do governo – notadamente o pagamento de precatórios nos primeiros meses do ano – e a continuidade do processo de redução das taxas de juros deverão seguir estimulando a demanda das famílias e beneficiando a atividade industrial.
“Vemos que a indústria de Minas Gerais conseguiu manter uma boa performance ao longo do ano anterior e, neste ano, as perspectivas são positivas. O crescimento está relacionado diretamente à renda das famílias, alta no valor do salário mínimo e pagamento de precatórios, fatores que levam a uma alta na demanda por bens de consumo”, explicou.
Apesar disso, é importante observar que o desempenho mais modesto do setor agrícola neste ano pode resultar em um estímulo reduzido para os setores da indústria relacionados à agropecuária, como o de máquinas e equipamentos e o de veículos pesados. Mas, mesmo com esses desafios, as perspectivas para os próximos meses permanecem favoráveis para a indústria de Minas Gerais.
Precatórios
Especificamente sobre os gastos do governo, vale dizer que de acordo com dados do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), da antecipação do pagamento de R$ 30,1 bilhões de precatórios previstos no orçamento de 2024, está incluído um montante de R$ 11,85 bilhões para liquidação de créditos judiciais relativos ao extinto Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) devidos a estados e municípios.
Os recursos são destinados para valorização do pessoal do magistério nos estados e municípios e os valores já estão sob a gestão dos tribunais para pagamento.
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