Indústrias de alimentos apostam na fidelização
Sandra Mara,
especial para o DC
Indústrias do setor de alimentos que participam do Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação (Superminas), que vai até hoje no Expominas, em Belo Horizonte, apostam em investimentos para fidelizar o público. A Camil, multinacional de origem brasileira e que está presente no Chile, Peru, Equador e Uruguai com marcas líderes de grãos, investiu R$ 500 milhões em aquisições no mercado mineiro nos últimos doze meses. Ela adquiriu a Plastifico Santa Amália, que tem planta localizada em Machado, e o Café Bom Dia, que tem fábrica em Varginha. Além do aporte para aquisição, está havendo investimento em modernização das duas plantas fabris. Com as aquisições a Camil passou a ser uma plataforma completa de alimentos.
No último exercício, a empresa atingiu uma receita bruta de R$ 10,3 bilhões, o dobro do faturamento de cinco anos atrás quando ela abriu o capital da companhia. Este forte crescimento veio de uma combinação de expansão orgânica, aquisições estratégicas e aumento de preços que lhe garantiu ganhos de escala relevantes e transformou o negócio da empresa. Atualmente a Camil emprega cerca de mil funcionários somente em Minas Gerais, distribuídos entre as áreas de comerciais, industriais e Logística.
A empresa é uma das expositoras da feira, onde estão indústrias regionais e as maiores nacionais e multinacionais dos ramos de alimentos, bebidas, pets, finanças, tecnologias, máquinas, equipamentos, construção, reformas, prestação de serviços e todos os perfis de empresas, oferecendo soluções ao varejo de forma geral.
A expectativa de negócios durante o evento é da ordem de R$ 2,3 bilhões. São 547 expositores que devem apresentar ao mercado 406 lançamentos de produtos, serviços e tecnologias na Superminas.
A aquisição da Santa Amália se deu porque ela é líder de vendas em Minas Gerais e está no quarto lugar em vendas do Brasil. Quanto ao Café Bom Dia, ele foi comprado porque Minas Gerais é o Estado de maior produção de café e ter uma fábrica próximo à área produtora é muito estratégico, explica Daniel Cappadona, diretor de comercial e de marketing da empresa.
Cappadona explica ainda que, para a Camil, Minas Gerais é um mercado estratégico, uma vez que o Estado é bem representado no PIB brasileiro. “A Santa Amália é uma marca líder em Minas e temos como objetivo desenvolvermos neste mercado, que é tão importante. Também queremos aumentar a nossa participação em todas as categorias. A Camil tem produtos para atender o consumidor desde o momento em que ele levanta até a hora que deita”, explica.
Gema de Minas
Outra empresa que também está expondo na Superminas é a Indústria e Comércio de Café Gema de Minas, que tem sede em Capelinha, cidade localizada no Vale do Jequitinhonha, região Nordeste de Minas Gerais. Com 25 anos no mercado, a empresa possui uma unidade fabril de 20 mil metros quadrados e emprega 150 funcionários. “Estamos na Superminas para fortalecer a nossa marca e desenvolver novos negócios”, explica Ivan Caldeira Filho, diretor comercial da empresa.
De gestão familiar, sua administração está na terceira geração. A Indústria e Comércio de Café Gema de Minas produz toda a matéria-prima desde o plantio, a torrefação e distribuição e atualmente está presente em cerca de 400 cidades das regiões Norte, Oeste, Vales do Jequitinhonha e do Aço. “Pretendemos trabalhar para atuar em outros. Estados”, conta o diretor comercial. O café produzido pela empresa está entre os seis melhores do Estado.
Jequitinhonha
A Jequitinhonha Alimentos, indústria localizada na cidade de Capelinha, Vale do Jequitinhonha, está focada no mercado de marca própria e também está expondo na Superminas. A indústria, que está entre as 10 maiores de Minas Gerais, investiu R$ 10 milhões na nova unidade fabril, em uma área de 10 mil metros quadrados e capacidade instalada para a produção de 1.800 quilos de café por hora. Com este importante passo, a expectativa é promover um crescimento da ordem de 10% ao ano, nos próximos cinco anos com foco, principalmente, no mercado de marcas próprias.
No Brasil, a participação de mercado das marcas próprias é em torno de 4,5% a 5%, segundo os dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (ABMAPRO). Nos Estados Unidos e França, o alcance é de 20% e, na Inglaterra, 42% de tudo que é vendido. O CEO da Jequitinhonha, Luiz Carlos Moreira Barbosa, afirma que o Brasil possui um potencial enorme de crescimento, mas que são poucas as indústrias preparadas para este mercado. “Em quatro ou cinco anos, a expectativa é que chegue a 10% no Brasil. É um caminho sem volta, porque o consumidor se acostuma com preços mais acessíveis e qualidade. O investimento que fizemos garante mais segurança alimentar e processos ainda mais limpos e sustentáveis”, avalia.
O otimismo do CEO tem um motivo. Supermercadistas e outros segmentos do varejo querem sempre associar suas marcas a um bom produto e, neste aspecto, a Jequitinhonha tem grandes vantagens no mercado: Uma história de 25 anos e a grande aprovação dos clientes onde a marca já atua. O café de Capelinha é considerado pelos especialistas um produto de alta qualidade por suas especificidades de topografia, com altitude acima de 800m e clima “terroir”, características singulares, favoráveis à produção de cafés de alto padrão. “Nosso café tem história, tem sabor e qualidade. Tudo que as marcas precisam para vender bem na gôndola”, avalia.
PIF PAF
De acordo com o diretor de Marketing da Pif Paf Alimentos, Marcelo Assaf, a empresa espera na Superminas Food Show estreitar ainda mais o relacionamento com clientes, ampliar o networking, além de acompanhar as novidades e lançamentos do setor supermercadista. “Estamos sempre antenados às mudanças de mercado e muito otimistas com este momento da Pif Paf Alimentos.”
Com sede corporativa em Belo Horizonte, a Pif Paf Alimentos é a maior indústria frigorífica mineira, com cerca de 10.000 colaboradores, com atuação nas cadeias de produção verticalizada de aves e suínos, sendo uma das maiores empresas nacionais do segmento alimentício. É dona das marcas Pif Paf, Fricasa, Uniaves, Club V, Ladelli, Flip, Rio Branco, Pescanobre, entre outras.
Aos 54 anos, sua estrutura operacional é dedicada à produção, abate e processamento de frangos e suínos, e está distribuída em oito estados – Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina -, abrangendo sete plantas industriais, sete fábricas de ração, cinco matrizeiros e três incubatórios, além de 18 centros de distribuição e pontos de transbordo. Seu mix contempla mais de 1.000 itens, como carnes, pescados, embutidos, massas, pratos prontos, pães de queijo, e muito mais.
Romeu Zema visita a Superminas
O governador Romeu Zema visitou ontem a 34ª edição da Superminas, Ele foi recebido pelo presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni, pelo presidente executivo, Antônio Claret Nametala, e por diversos supermercadistas.
Zema visitou diversos estandes, conversou com empresários do ramo da indústria e avaliou a feira. “Essa é uma das maiores feiras de Minas Gerais e para o Estado é muito importante. Tem gente aqui do Brasil todo e isso traz movimento para o turismo, faz com que produtos mineiros sejam vendidos para todo o País. No que depender do Estado, nós daremos total apoio para a Amis, que está de parabéns. Que a próxima feira seja ainda melhor do que essa e, pelo que ficamos sabendo, essa é a maior feira de negócios do Estado. Que isso se intensifique em Minas”, ressaltou o governador.
Sobre a necessidade de mão de obra, ele reiterou que o Estado já prepara pessoal para o setor produtivo. “Hoje, nós temos 130 mil alunos fazendo cursos técnicos em Minas Gerais e estamos sempre escutando o setor produtivo. Estamos com cursos técnicos em manutenção predial em automação comercial, em manutenção de máquinas agrícolas e de refrigeração e aquilo que a Amis tiver necessidade que nos informe”, ressaltou.
Ele informou ainda que essa capacitação é feita por meio do programa “Trilhas do Futuro”. “O aluno faz o curso em escola particular, o Estado para a mensalidade e ainda fornece auxílio em alimentação e transporte. Cento e trinta mil pessoas é muito expressivo. São cursos com dois anos de duração. Essa mão de obra está sendo preparada nesse momento e vai está disponível para todo o setor produtivo do Estado”, completou.
Alexandre Poni fez questão de dar um recado para o governador. “Que ele faça um excelente governo nesse novo mandato, assim como fez no primeiro. E que seja sempre o nosso parceiro”, finalizou.
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