Economia

Intenção de consumo recua na Capital

Intenção de consumo recua na Capital
A pesquisa também apontou que para 36,6% dos entrevistados, a renda está deteriorada | Crédito: Alisson J. SIlva/Arquivo DC

Os belo-horizontinos estão menos confiantes diante do atual cenário econômico. Essa realidade está demonstrada na última pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), que apresentou, pelo segundo mês consecutivo, recuo no indicador. Enquanto em fevereiro a intenção de consumo estava em 69,9 pontos, neste mês de março, chegou a 68,9, um ponto a menos que o anterior. 

A pesquisa considera consumo satisfatório o marcador a partir de 100 pontos, sendo que, abaixo do valor de referência, a intenção de consumo segue como insatisfatória.

Segundo o analista de pesquisa da Federação, Devid Lima, não é possível apontar, ainda, quando essa queda no indicador deve frear as vendas no comércio.  “Ainda é muito cedo para firmar um momento. A configuração do ambiente visto como conhecíamos antes, com o abrandamento da pandemia da Covid-19 e a reabertura das atividades, deve influenciar o aumento do consumo, principalmente no setor de serviços, que sofreu muitas restrições”, explicou Lima. 

No entanto, na última semana, a pesquisa da Fecomércio-MG sobre a confiança dos comerciantes já havia demonstrado que os empresários estão menos satisfeitos. Apesar de se manter no patamar da satisfação, o indicador que retrata as intenções de novas contratações e investimentos em estoques, por exemplo, caiu de 122,5 pontos, em fevereiro, para 120,7 pontos em março. 

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Consumidores cautelosos

A conjuntura indica, portanto, que os consumidores estão mais cautelosos no momento de fazer a compra devido às incertezas em relação ao futuro. Entre os fatores que influenciam a queda no indicador está a inflação, que, somente no primeiro bimestre do ano, acumulou alta de 1,88% na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais da metade do que foi previsto para o ano pelo Banco Central. Mas não é só: o cenário macroeconômico e político também causam temor nas famílias. A exemplo disso estão o ano eleitoral e a situação da guerra na Ucrânia.

Em razão do aumento dos preços de diversos itens, os consumidores já percebem a redução do poder de compra na prática. Para 36,6% dos entrevistados, a renda familiar está deteriorada frente ao mesmo período de 2020. Além desse fator, Devid Lima lembra que o índice de desemprego, apesar da queda recente, também segue como não satisfatório e prejudica a recuperação da renda das famílias. 

Consumo menor 

O estudo mostrou também que 61,3% dos respondentes estão consumindo menos quando comparam as compras atuais com aquelas do ano passado. Em paralelo ao resultado do consumo, está a percepção das famílias no que diz respeito ao acesso ao crédito. Para 45,8%, em 2022 está mais difícil conseguir empréstimo ou limite de crédito para compras a prazo do que no ano passado. Para mais de 80% dos entrevistados, esse é um mau momento para comprar bens duráveis, o que reforça a ideia de que os consumidores estão mais reflexivos sobre suas compras, principalmente aquelas que representam um peso maior ao orçamento. 

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