Intenções de contratação melhoram no Brasil

A perspectiva de emprego do Brasil é a melhor dos últimos quatro anos, com o aumento das intenções de contratação em setores-chave, como Agricultura, Pesca & Mineração, compensando a queda gerada com a paralisação do setor de Construção.
Estas são as principais conclusões da Pesquisa de Expectativa de Emprego ManpowerGroup (MEO’S – ManpowerGroup Employment Outlook Survey) para o próximo trimestre, que reporta uma perspectiva líquida de emprego de +8% para o Brasil sinalizando que mais empregadores esperam aumentar os níveis de contratação para os primeiros três meses de 2019.
Este resultado representa um aumento de um ponto percentual em relação ao trimestre anterior e dois pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano passado. A pesquisa reúne dados de mais de 60.000 empregadores em 44 países, incluindo 851 empregadores brasileiros.
Na avaliação do CEO do ManpowerGroup, Nilson Pereira, a pesquisa revela que, apesar do tímido crescimento, há uma boa perspectiva futura na maioria das regiões e grande parte dos setores pesquisados. “Esse resultado mostra uma estabilidade quando comparamos com o trimestre anterior e o mesmo período do ano passado. Nos últimos sete trimestres, os empregadores relataram perspectivas positivas e de crescimento e o indicador deste trimestre representa a previsão mais forte registrada desde o último trimestre de 2014”, ressalta Pereira.
“O resultado das eleições presidenciais criou para os empresários brasileiros a expectativa de recuperação econômica e criação de vagas de emprego principalmente nos primeiros meses de 2019, após anos de recessão econômica e de instabilidade política. Esse resultado animou principalmente o mercado financeiro e os investidores”, explica Pereira.
Os dados mais recentes revelam que os empregadores de todos os setores, regiões e tamanhos de organizações estão relatando perspectivas de emprego positivas para o início do ano, com exceção do estado do Rio de Janeiro e dos profissionais do setor da Construção que reportaram indicadores negativos.
As intenções de contratação para o setor da Construção diminuíram em dois pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Este declínio começou no primeiro trimestre de 2015 e continuou a apresentar níveis mais modestos desde então.
No entanto, este declínio acentuado foi compensado por ganhos em outros setores. Destaque para o aumento das intenções de contratação no setor de Agricultura, Pesca & Mineração, que registrou um aumento de oito pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 12 pontos percentuais em comparação com o primeiro trimestre de 2018. Empregadores no setor de Transportes & Serviços Públicos e Comércio Atacadista & Varejista também registraram um aumento de seis pontos percentuais neste último ano. Os empregadores do setor de Comércio Atacadista e de Varejo registraram aumento de dois pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, sinalizando que o setor está se preparando para um aumento pós-Natal na contratação.
“Os indicadores registrados no Comércio Atacadista & Varejista são sinais de que os empregadores estão antecipando a necessidade de aumentar o número de funcionários em preparação para o pós-Natal e início do ano novo. O setor de Construção também deve se recuperar e mostrar números mais positivos assim quando a economia começar a se fortalecer”, disse Pereira.
Comparativo por setor – Regionalmente, os empregadores nos estados de Minas Gerais e do Paraná relataram as melhores Perspectivas Líquidas de Emprego com +13%. Em outras regiões, os empregadores da Grande São Paulo mostraram intenções de contratação cautelosamente otimistas com uma perspectiva de +9%, e alguns ganhos de emprego estão previstos para a cidade de São Paulo, onde o indicador foi de +6%.
No entanto, o mercado de trabalho do Rio de Janeiro continua em queda, com os empregadores relatando uma perspectiva de -4%. Na comparação com o trimestre anterior, as intenções de contratação melhoraram em cinco e dois pontos percentuais no estado de Minas Gerais e na Cidade de São Paulo, respectivamente.
“Acreditamos que este indicador no Rio de Janeiro poderá em breve se fortalecer, principalmente com a retomada dos investimentos no setor de óleo e gás”, comenta Pereira.
Comparativo por porte de empresas – As empresas de grande porte reportam as expectativas de emprego mais robustas com um indicador de +18%, enquanto as médias e pequenas organizações apresentam +3% e +2%, respectivamente.
Comparações internacionais – Em toda a região da América, as perspectivas mais fortes são reportadas nos Estados Unidos (+20%), México (+14%) e Canadá (+12%).
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