Economia

IPCA-15 acelera e vai a 0,20% em novembro, aponta IBGE

Houve uma aceleração na comparação com outubro
IPCA-15 acelera e vai a 0,20% em novembro, aponta IBGE
A região já acumula alta de 2,48% no ano e de 2,48% | Crédito: Adobe Stock

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,20% em novembro, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (26).


Houve uma aceleração na comparação com outubro, que registrou 0,18%. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,18% em novembro.


No acumulado de 12 meses, houve uma diminuição de 4,94% para 4,50%, atingindo assim o teto da meta de inflação de 3%, estabelecida pelo Banco Central, já que é aceita uma variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Os economistas ouvidos pela Reuters projetavam o acumulado em 4,49%.


Na terça-feira, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a autarquia tem como objetivo o centro da meta (3%) e não o limite superior.


“A meta não é a banda superior. Dado que [a inflação] oferece flutuações, criou-se um ‘buffer’ [margem] para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%”, afirmou Galípolo durante audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. “Tenho que perseguir uma meta de inflação de 3%”.


Segundo ele, o BC, que vem mantendo a taxa básica de juros em 15%, ainda está insatisfeito com o nível da inflação. A autoridade monetária volta a se reunir para deliberar sobre a política monetária em 9 e 10 de dezembro, com expectativa de nova manutenção da Selic.


O IBGE apontou que a maior variação e o maior impacto positivo no resultado do IPCA-15 de novembro vieram do grupo Despesas pessoais, com alta de 0,85%. Isso foi influenciado, principalmente, pelos aumentos de preços em hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%).


Também exerceu forte pressão a alta de 0,29% de Saúde e cuidados pessoais com o avanço de 0,50% dos planos de saúde. Os custos de Transportes tiveram alta de 0,22%, com as passagens aéreas aumentando 11,87% e compensando a queda de 0,46% dos combustíveis.


A alta das passagens aéreas levou a inflação de serviços a subir 0,66% no período, segundo as contas do economista sênior do Inter, André Valério. Excluindo esse item, a inflação de serviços seria de 0,45%.


“O resultado de novembro reafirma o processo de desinflação, apesar de alguma piora na margem no aspecto qualitativo. Mantemos a nossa expectativa de que o IPCA cheio continue desacelerando, o que faria com que a inflação encerrasse 2025 dentro do teto da meta de 4,5%”, comentou Valério, vendo assim condições para o BC iniciar o ciclo de queda da Selic na reunião de janeiro, com corte de 25 pontos-base.


O grupo Alimentação e bebidas, que exerce o maior peso no índice, voltou a apresentar avanço dos preços, de 0,09%, após cinco meses de queda, com aceleração da alta de alimentação fora do domicílio a 0,68%.


“[Apesar da alta], os preços dos alimentos seguem surpreendendo positivamente para baixo”, comentou Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos.


A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC, divulgada na segunda-feira (24), mostra que a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 4,45%, caindo a 4,18% em 2026.


“Os dados mostram que a inflação está convergindo para o centro da meta. O mercado financeiro esperava um resultado um pouco melhor, mas ele converge com o cenário esperado pela Apas, de estabilização da inflação”, avaliou Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

Conteúdo distribuído por Folhapress

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