Economia

Passagem aérea e carnes pressionam prévia da inflação na RMBH

A alta da passagem aérea está relacionada principalmente ao efeito câmbio
Passagem aérea e carnes pressionam prévia da inflação na RMBH
Foto: Agencia i7

Após crescer 0,54% em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,55% em novembro na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A passagem aérea e as carnes ficaram mais caras, pressionando a prévia da inflação.

A passagem aérea aumentou 29,10% – a maior elevação do mês – e afetou o grupo transportes, cuja alta foi de 0,50%. Já as carnes encareceram 8,17%, impactando o grupo alimentação e bebidas, que teve alta de 0,94% – a maior entre os nove grupos analisados.

Conforme o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, a alta da passagem aérea está relacionada, sobretudo, ao efeito câmbio. A explicação é que a valorização do dólar pressiona os preços do querosene de aviação (QAV) e, com o aumento dos custos, as companhias elevam os preços dos bilhetes.

No caso das carnes, ele explica que o encarecimento está relacionado, principalmente, aos repasses de aumento de custos de trimestres passados, sejam aqueles relativos à produção, de um modo geral, ou à crise hídrica. “Já começamos a enxergar um cenário em que os preços das carnes começam a se estabilizar, como observamos agora”, enfatiza.

Os cortes de carnes que mais encareceram foram:

  • Acém (10,89%);
  • Músculo (10,45%);
  • Patinho (10,40%);
  • Alcatra (9,75%);
  • Contrafilé (9,68%).

Além das carnes, o óleo de soja e a laranja-lima, que aumentaram 10,39% e 25,23%, respectivamente, impactaram fortemente o resultado do grupo alimentação e bebidas.

Já no grupo transportes, o conserto de automóvel subiu 0,91% e exerceu grande influência.

Cigarro e gás de cozinha também impactam prévia da inflação

Ao lado de alimentação e bebidas e transportes, outros cinco grupos avaliados pelo IBGE apresentaram alta na prévia da inflação de novembro na RMBH.

Foram eles:

  • vestuário (0,84%);
  • despesas pessoais (0,77%);
  • artigos de residência (0,63%);
  • habitação (0,42%);
  • saúde e cuidados pessoais (0,38%).

Por outro lado, o grupo educação ficou estável e o comunicação registrou queda de 0,24%.

Sobre o crescimento do grupo despesas pessoais, o cigarro encareceu 5,02% e foi o grande vilão. O aumento decorreu, segundo o economista-chefe do BDMG, da entrada em vigor, em 1º de novembro, da nova alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cigarros e do novo preço mínimo para venda do produto no varejo.

Quanto à alta do grupo habitação, o gás de botijão subiu 2,32% e impactou o resultado. Silva ressalta que, se não fosse esse reajuste, o grupo poderia ter apresentado estabilidade, uma vez que a conta de luz ficou mais barata neste mês com a alteração da bandeira vermelha para a amarela devido à melhora das condições de geração de energia no Brasil.

IPCA-15 da RMBH foi um dos menores do País

A prévia da inflação da RMBH foi a terceira menor entre as 11 áreas pesquisadas pelo IBGE, atrás somente das regiões metropolitanas de Salvador (0,38%) e de Porto Alegre (0,25%). O índice ainda ficou abaixo da média nacional (0,62%).

Apesar do resultado positivo deste mês, o IPCA-15 da Grande Belo Horizonte nos últimos doze meses chegou a 6,13% e no acumulado do ano a 5,77%, os maiores percentuais do País. As respectivas médias nacionais, de 4,77% e 4,35%, também foram inferiores.

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