Jaguar está pronta para iniciar operações na Mina Turmalina e depende de aval da ANM
A canadense Jaguar Mining deve retomar em breve as operações no complexo Mina Turmalina, em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, após concluir as intervenções necessárias decorrentes do deslizamento na pilha de rejeitos. A empresa agora aguarda o aval da Agência Nacional de Mineração (ANM) para reiniciar as atividades.
Nos próximos dias, o órgão deve analisar a documentação técnica apresentada e decidir o futuro da operação mineira. O dossiê visa comprovar que o complexo cumpre agora todos os requisitos de estabilidade e segurança exigidos pelo órgão regulador para o fim da interdição.
A conclusão do processo, segundo a empresa, foi bem sucedida após trabalhos de remediação para retomada segura e responsável das operações. As frentes de trabalho envolveram a implantação de um sistema de drenagem interna, a reconfiguração dos taludes e a instalação de infraestrutura de emergência, além de bases temporárias para suporte aos colaboradores.
Quanto à segurança, as áreas críticas atingiram um Fator de Segurança (FoS) superior a 1,5. Isso significa que a estrutura possui uma resistência 50% superior à carga necessária para mantê-la estável, atendendo à legislação brasileira e padrões internacionais.
O CEO da Jaguar Mining, Luis Albano Tondo, destaca que a principal prioridade da mineradora é a retomada segura da Operação no Complexo Turmalina (MTL), garantindo a proteção dos colaboradores, da comunidade de Casquilho e do meio ambiente. “Aguardamos agora a autorização da ANM para prosseguir com as etapas finais de retomada das operações subterrâneas e metalúrgicas”, acrescenta.
Procurada para detalhar os próximos passos do processo, a Agência Nacional de Mineração não retornou até a publicação desta reportagem.
Entenda o caso
As atividades no MTL estavam paralisadas desde 7 de dezembro de 2024, após uma ruptura na parede norte da pilha de rejeitos a seco de Satinoco. O deslizamento movimentou aproximadamente 600 mil metros cúbicos de material, o que resultou na interdição imediata pela ANM.
Desde o incidente, a mineradora concentrou esforços em um plano de remediação abrangente. O foco central foi a estabilização geotécnica da área afetada, com a instalação de um novo sistema de drenagem interna para controle de poropressão e a reconfiguração completa da geometria dos taludes.
Segundo a mineradora, os atuais índices de segurança da estrutura superam os padrões exigidos pela legislação. A mineradora esclareceu, contudo, que a retomada das atividades será gradual e que não haverá operação direta na pilha de Satinoco durante as fases iniciais da retomada.
“Aguardamos agora a autorização da ANM para prosseguir com as etapas finais de retomada das operações subterrâneas e metalúrgicas. A expectativa para o mercado e para a região do Centro-Oeste mineiro é alta: a reativação do Complexo MTL é considerada vital para a economia local, dado que a unidade é um ativo estratégico para a produção de ouro da companhia no Brasil”, conclui Tondo.
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