Japoneses visitam plantas de energia solar em Minas Gerais

As relações entre o Japão e os mineiros parecem estar se fortalecendo cada dia mais, especialmente em temas que se referem à transição energética. Para um projeto de médio prazo de desenvolvimento do chamado “combustível do futuro”, o hidrogênio verde, os japoneses estão visitando algumas plantas de energia solar em Minas Gerais. A visita ocorre poucos meses após o governador do Estado viajar ao país asiático em busca de estreitar laços e atrair investimentos.
Os complexos fotovoltaicos estão sendo percorridos por representantes de Yamanashi, conforme o cônsul-geral honorário do Japão em Belo Horizonte, Wilson Brumer. A província tem uma relação de cinco décadas com os mineiros. Na missão oficial de Romeu Zema (Novo) na Ásia, em novembro, o mais antigo relacionamento diplomático entre unidades subnacionais mantido pelo Estado foi, inclusive, fortalecido com a assinatura de um memorando de entendimento.
Ficou estabelecido com o novo acordo que serão realizadas iniciativas que busquem a cooperação e o trabalho mútuo na promoção do uso de energias renováveis, como o próprio hidrogênio verde. Na ocasião, o governo de Yamanashi apresentou ao governador mineiro as instalações da P2G, empresa que está produzindo o “combustível do futuro” a partir da geração de energia solar. Vale dizer que o custo de produção do mesmo é reduzido com a utilização dos painéis solares.
Participante da delegação do Estado no Japão, Brumer destaca que o vínculo bilateral é amigável e de longo prazo. Ele recorda que os nipônicos se fazem presentes em Minas Gerais em empresas como a Panasonic, CBMM, Cenibra e Usiminas e tiveram importância no desenvolvimento do cerrado mineiro, que hoje é realidade, com uma forte produção de commodities como soja e café.
“Em termos de comércio exterior, a relação Minas-Japão é de mais ou menos US$ 1,4 bilhão por ano, na qual Minas Gerais exporta em torno de US$ 1,2 bilhão e importa aproximadamente US$ 200 milhões. Os principais produtos exportados são minério de ferro, ferro-liga, celulose e café. E na importação está relacionado a tecnologia automotiva, com autopeças e assim por diante”, explicou o cônsul, reiterando ainda uma relevante parceria no âmbito de segurança pública.
Festival do Japão em Minas Gerais tem início no Expominas
Como forma de ampliar os laços sociais, mas também econômicos entre o Estado e o país asiático, começou nessa sexta-feira (1º), no Expominas, em Belo Horizonte, o 11º Festival do Japão em Minas. O evento que acontecerá até domingo (3) tem o objetivo primordial de proporcionar aos mineiros uma imersão na diversidade da cultura nipônica e oportunidades de negócios para expositores e participantes. E os visitantes encontrarão novidades nesta edição.
“Ampliamos o festival. Alugamos todo o espaço do Expominas. No ano passado, com a presença de 35 mil pessoas, fiquei preocupado, inclusive com a segurança. Tinha momentos que estava difícil até de se locomover. Ampliamos também a área de alimentação que foi uma fragilidade que sentimos. Quem comparecer sairá satisfeito. Convido as famílias para virem e usufruírem da cultura, compras, alimentação, um pouco de tudo que o Japão nos apresenta”, disse Brumer.
Japoneses doam recursos para construção de escola de mecânica de motocicletas no Estado
No primeiro dia do festival, ocorreu a assinatura de contrato de doação entre o Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro e o Instituto Ramacrisna para o projeto de construção de uma escola de mecânica de motocicletas na sede da instituição, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Brumer salientou a relevância da iniciativa para além de valores.
“É importante também dentro do conceito de sustentabilidade que a gente sempre defende, no sentido de não doar por doar, mas doar fazendo com que, no final do dia, sejam mais empregos gerados, mais pessoas preparadas e mais educação”, disse ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.
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